​xtinto
Vício
[Letra de "Vício"]

[Verso 1]
O meu vicio é que sinto tudo em verso
E, desde o início que eu te minto em excesso sim
É instinto e é no tinto que eu tropeço quando
Tudo acontece então esquece tudo o que eu te peço eu ando
Meio possesso tudo corre no inverso mano
E recomeço no começo retrocesso tanto
Então peço o teu preço e interrogo quanto
Vou o fundo do teu mundo eu pergunto quando
Eu escrevia fazia fogo no meu bloco de rimas
Tudo isto porque Orfeu me deu o toque de Midas
Cloreto de sódio é com ele que eu saro feridas
Não vou chegar ao pódio, mas não paro querias
Ponho-me a falar a sério critério do vinho
Já não é o primeiro dia como diz o Sérgio Godinho
Lutei horas a fio sem ver que estava a esticar a corda
O silêncio no vazio continuava a gritar acorda

[Refrão]
São tantas bocas que eu nem quero saber
Ficam no banco servem p'ra aquecer
Olho-os de perto nem consigo ver
Talvez amanhã
São tantas bocas que eu nem quero saber
Ficam no banco servem p'ra aquecer
Olho-os de perto nem consigo ver
Talvez amanhã

[Verso 2]
O meu ego concorda no que a minha mão aborda
A dar o nó na gravata até sentir que ela me enforca
Evoca o meu alter ego a bater na porta
Diz que a vida é um jogo e que eu 'tou a fazer batota
Tive sorte agora escapei da morte embora
Me sinta mais forte perdi o norte das horas
Censuro com lápis azul o sul onde tu choras
Momentos p'ra esquecer são aqueles que tu decoras
A minha mente não Regula, mas tiro teimas
A noite fica escura a cada suspiro eu sei mas
Queimas lentamente o sangue que me corre nas veias
Sou um ser insano que bate e morre por seitas
Aceitas as falhas, abraços os medos, afias navalhas, entrelaças dedos
Entre raças sentes ódio e raiva
Lágrima cai na página e vai mano

[Refrão]
São tantas bocas que eu nem quero saber
Ficam no banco servem p'ra aquecer
Olho-os de perto nem consigo ver
Talvez amanhã
São tantas bocas que eu nem quero saber
Ficam no banco servem p'ra aquecer
Olho-os de perto nem consigo ver
Talvez amanhã