VULTO.
Abatanado
[Intro]
Um café se faz favor
Vai desejar como?
Um café... com Gino-Canesten e catamina
Com bolachinhas de chocolate
Com recheio de Bepanthen
Com purpurinas

[Verso 1]
Contemplo a hora da melancolia
Três da manhã na sala a bafá-la
Poemas nascem das cinzas
Largo o ego nestas dicas
Dou lume ao hash ou cannabina
Pálpebras à meia haste é cana minha
Os verso fluem quando forças ou só forças quando fluem
Flutuam respostas em cada rima
E aqueles que usufruem das asas que estão nas costas
De quem vive em queda livre
Com uma quebra fixe em cada linha
Não sei o que me move a fazer isto mas
Meia noite e picos e 'tou de volta aos meus rabiscos
Não sei o que me move a fazer isto mas

[Verso 2]
Já é tarde para tudo
O relógio para trás não roda
Resta-me pegar no que aqui está e esmerar-me em prol
Da identidade própria
Expulsar-me com floras
A esforçar-me, é hora de objetivos virarem norma
Olha, sonhos viraram realidade, para onde aponto agora
[?] o ponto chora
Trabalho ou detesto mas o bolso adora
Part-time não é certo o resto é foda
Resta-me o fumo no tórax e um beat então foda-se
'Tou com o brain morto
Mortinho por ir, saiu do bairro torto
Com o bolso vazio mas com a cabaça cheia
O que eu escrevo eu já vivi outrora
Vim para ficar, anseia
Dropo álbuns do [?]
Já me viste a cantar com a moca
E quanto mais queimo mais o rap é foda
Dá-me lume se queres ver nódoas negras no beat
Os meus inspiram os teus e mesmo assim chonas nisto
[Outro]
Não sei o que me move a fazer isto mas
Meia noite e picos e 'tou de volta aos meus rabiscos