[Verso 1: Caronte]
Passa-me a garrafa, tenho sede
E engolir em seco não a mata
Só me aperta a gravata
Aponta-me num mapa os sítios que sonhaste
Que existem para nunca veres nada
Sabes
Às vezes quase sinto os fios
A passar do cotovelo para o pescoço
Até chegar às mãos dos outros
E enfim...
A partir desse momento sou apenas outro cepo
Que os vai deixar pensar por mim
Houve tempo em que era fértil no meu cérebro - exagero -
Houve tempo em que era um génio
Mas as debilidades do arsénico
Que vou tomando deixam-me colado a qualquer série
A realidade embrutece-me
Faz de conta tipo wrestling ou cowboys num western
Mas calma, sem pânico
No canhão da arma diz ponto 22 Smith & Wesson
Confere, mano