VULTO.
Laranjas
[Verso 1]
Corona Virus tipo, ouvi dizer mano
Putos não sentem e a negros não causa danos mano
Mas não me engano, eu tenho pais que me preocupo
Então pensar em mim em frente ao mundo é desumano
Fico em casa, meto em prática meditações e
Organizo-me, o povo em estática, indicações são
Escassas, contudo é simples, vitamina e passa
Sabão azul, a gente pausa sem vírus em massa
A quem reclama entretenimento chego e improviso
Sair da cama para um pé na dança mas tudo ao vivo
Mantenho vivo, meu corpo e espírito no biva (casa em gíria angolana)
Quem diz que é só fogo de vista só gasta saliva
Para já, matou mais gente em menos a constipação
Para já, querem o mais importante? Eu digo educação
Para já, quero que passem aulas na televisão
Para já, o que mais mata nos cotas é a preocupação
Procurem ocupação, com informação comentem
Para nós é brincadeira, os nossos cotas sentem
Luvas em cada mão, fica onde gente não tem
Máscaras para mim não, para quem sintomas sente
Ficar em casa é chato, mas pelo menos tentem
Há quem nem já sapato, por isso não inventem
Tiraram-me do mato, estou na varanda e vê bem
Tudo aquilo que eu planto, vem do jardim do éden
[Verso 2]
Deus no comando, a fam inteira na cinta
Quero é ser o sujeito de maneira sucinta
O gajo hater que grita que o ginásio lhe irrita
Leva a tua dama com um pack de 30
Sem muita futilidade e o povo a espera que minta
Não me permito nem que tirem-me a pinta
Fico a espera que sofras, que apareças na quinta
Sem roupas ou documentos e a policia finta-se assim
Mais vale estar na quarentena em casa
Drena em brasa a ver se o tempo passa
Eu nunca fui de ter problemas, nah
Treino e garra e o beat dá-me asas

Mas eu estou no inferno, demónios por perto
Eu fico eu já nem sei de mim
Existe alguém que me mata, aperta o esfíncter
Porque quer ver massa ou assim
Mas eu estou no inferno, demónios por perto
Eu fico eu já nem sei de mim
Existe alguém que me mata, aperta o esfíncter