Praso
Sim à vida
[Verso 1]
Bebi dois copos
Noitadas, recaídas
Horas resumidas a duas ou três imagens distorcidas
Sentado numa sala [?] coleciono recortes
Que encontrem o sentido na vida
Liberto dos males [?]
Não contes rescaldos adulterados
Espero que te cales
A ignorância é como um penso
E a verdade é como estalos
Torna homem calos, façam cálculos
Somos o que? Alvos?
Somos o que? Livres ou parvos
Livres não criam escravos
Eu vejo-me por aqui a criticar e a contar centavos
A trabalhar para cérebros lavados
E a esquecer a razão porque fui batizado
Decifra, da morte ninguém nos livra
É isso que me motiva
A alma não se move com a força de uma locomotiva
Um corpo, três ou quatro vidas em simultâneo
Só para sarar as feridas
Porque lá fora
Não é um terço daquilo que se diz
Seguro-me ao terço como a avó sempre quis
Mas eu percebo a razão porque tu te ris
Não tens capricho e tudo que trazes em ti é lixo
Mas será que vale a pena teres medo do futuro, ahn?
Eu faço para não apanhar com cinco ou seis talibãs
Não durmas em camas, dorme em divãs
Para quem tem medo do escuro, nunca sente manhãs
E o fim pode vir em pézinhos de lã
Quem é que diz que o mundo não acaba amanhã?
A sorte não confio nela, porque é ela que dita o fim
De quem só depende dela