Praso
Nunca Será Justo
[Verso 1]
Todos já sonhamos em viver num bairro pacífico
Férias em hotéis banhados pelo Pacífico
Riqueza, cargos políticos
Lucros explícitos, vícios ilícitos
Entregues ao domicílio
E dizem-te que a culpa é minha ou a culpa é tua
Mudaram as regras para que a gente se auto-destrua
A culpa é de quem nos convidou para ver o luar
Alguns pensaram em voar
E acabaram pendurados numa grua
Porque queriam tudo logo, e rápido, é óbvio
E quando é óbvio, é dose
Só tens fome ao pequeno-almoço
Para mim não é negócio se te forem ao bolso
Deixam-te os restos e a licença para roeres o osso
Azar, miséria, cúmplices nesta relação séria
Se lhes deres carinho a mais
Já não terás férias
Como quem divide fortuna com uma galdéria
Talento com o Filipe La Féria
O drama desse romance viver comédia
E dizem:
Não é traição, só porque a situação lhes obriga
Diz-me o que é que farias se não tivesses nada na barriga
Levavas tudo para casa, para o lar que te abriga
Ou confiavas em algo que não conheces
Tipo Deus castiga
E é aí que a cidade te odeia, mesmo premeia
É o tipo de pensamento que me chateia
Como é que o mal semeia tão facilmente
Tipo rumores numa aldeia
Muitos vão na corrente
Nem sabem o porquê
Não há player
Se é para me julgar, nem têm de ficar à espera
Se fiz bem ou mal
Só o serve para nos justificar com a era em que vivo
E dizem que a culpa é minha, não
A culpa é de quem me convidou para ver a Lua
Sabendo que um gajo não voa