REIS
Cidades de Papel
[Verso 1]
Cidades de papel não existem
A não ser que as inventem e as pintem
Conheço quem o faça no seu mapa onde estradas vão dar a rios para afogar quem os mata
É cada um por si
A madrugada traz o sol e com ele vem a rotina que ensina quem vive só
Mulheres despedem-se dos seus maridos
Umas porque os amam, outras porque só amam os filhos
Em cidades de papel a população é nula
Até alguém se inventar pessoa e viver como uma, yeah
Normalmente não há regras
Aqui todos são felizes ou então sofrem às cegas
É triste mas poético, dramático mas clássico
No elétrico com gente que já viveu o necessário
Pessoas não acenam, só há paisagens de raiva
Inventadas por quem chora sem querer que isso se saiba

[Refrão]
De onde eu venho
As cidades são de papel
São de papel
São de papel
De onde eu venho
As cidades são de papel
São de papel
São de papel
São de papel
[Verso 2]
A lua sobe e desce
Como uma garrafa depois de um gole breve
Nas mãos de quem só se descobre depois do que bebe
Sabe quem ama mas sofre sempre por quem não deve
Lembra-se de todos mas só valoriza quem o esquece
Funerais são figurados
Só tem tempo pa' sofrer quem um dia amou demais
Cantam-se a ouvidos
Encantam-se sentidos
As ruas aqui têm nomes de amores perdidos
No muro das lamúrias há tudo menos viúvas
Miúdas crescem rápido e sofrem como adultas
A música pára e o mundo acaba a cada desgosto
Até descobrirem algo na voz de um homem novo e vice-versa
É tudo tão passageiro que aqui conversa de engate acaba em hotel alheio
É a geração do momento
Onde tudo se constrói e destrói ao mesmo tempo

[Refrão]
De onde eu venho
As cidades são de papel
São de papel
São de papel
De onde eu venho
As cidades são de papel
São de papel
São de papel
De onde eu venho
As cidades são de papel
São de papel
São de papel
De onde eu venho
As cidades são de papel
São de papel
São de papel
São de papel