REIS
Triângulo
[Letra de "Triângulo"]

[Refrão]
Começo pela esquerda e é sempre a subir
Até que atinjo o pico que não contava atingir
Depois é sempre a descer até sentir o fundo
Obrigado a voltar atrás onde estava à um segundo
A subida da montanha custa até ‘tar lá em cima
Mas a fria brisa avisa que a partida é garantida
E o que antes era subida, virou uma descida
Sê bem-vindo ao triângulo que hoje eu chamo de vida

[Verso 1]
A minha fibra tá na mandíbula
Que gesticula p'ra criar música
A tinta que articula cada partitura
Com que a party dura
Eu amo esta cultura e já fiz a leitura
De toda a escritura e é mais q postura
Não é só uma altura p'ra mim é a pintura
Que revela a cura p'ra toda a amargura
Sem é ela é tortura então escuta a textura
Da alma q tá nua
Com o texto que escrevo
Com a calma da lua
E o amor dum morcego
Ela é pura e segura a estrutura que me atura, heis a cura, a coluna
O trauma atenua o medo do futuro
A aura atua e derruba o muro
A falta de causa é coisa q hoje curo
É importante entender que a vida no meu ser
Convida me a fazer o que me apetecer
Não é tão fácil assim porque p'ra eu tar aqui
Não devo só a mim mãe 'tou a falar para ti
Se eu tou bem sei que 'tás bem também
Por isso eu sei que por ti vingarei
O amor eu tenho mas também
Não me comparem com ninguém porque
Eu não 'tou para 'tar na fila que dá refill ao ego
Prefiro não valer uma pila e dizer que sou whack
Porque eu vou ser eu seja lá o que isso for
E se não tem a ver com os meus
Eu quero é q isso se foda
'Ma cagar p'ra minimeus o meu caminho faço eu
É hoje que o jogo vira e vou do mundo p'ra Viseu
Passando pelo filme e incluindo o coliseu
Aviso, no fim disto tudo o q vais ouvir é um museu
[Refrão]
Começo pela esquerda e é sempre a subir
Até que atinjo o pico que não contava atingir
Depois é sempre a descer até sentir o fundo
Obrigado a voltar atrás onde estava à um segundo
A subida da montanha custa até ‘tar lá em cima
Mas a fria brisa avisa que a partida é garantida
E o que antes era subida, virou uma descida
Sê bem-vindo ao triângulo que hoje eu chamo de vida

[Verso 2]
Ando feito barata tonta p'ra tar na montra
E já é de longa data o dedo que aponta
Têm medo que seja eu que lhes desconte a conta
Entendo é que até na descontra a pen desmonta
O segredo 'tá assegurado p'ra seguir o que me agrade
O enredo 'tá errado se disseres que já vim tarde
Quando escrevo já é tarde e ainda me vai levar a marte
E amar-te oh hip hop ainda me vai levar à morte
Passei pelo inferno para carregar o cruz
Eu 'tava lá era inverno era queimado pela luz
Muita confusão interna qual o porquê desta merda
Eu tava onde queria mas só queria tar (debaixo da terra)
Fazer o que era certo era opção que nunca pus
Tava perdido no deserto do coração ao capuz
Sempre de peito aberto foi o defeito que compus
Agora fico esperto enquanto espero quem me seduz
Se tudo o que é bom sobe
É óbvio que depois desce
É que viver numa subida
Dá cabo dos pés e
Mesmo que comprida
Eu aceito a descida
A verdade é que só ela dá valor à minha vida
É o inicio, é o meio e é o fim
É pai, é mãe, é filho
É o passado, presente e o futuro
É o triângulo ele que 'tá em tudo
[Refrão]
Começo pela esquerda e é sempre a subir
Até que atinjo o pico que não contava atingir
Depois é sempre a descer até sentir o fundo
Obrigado a voltar atrás onde estava à um segundo
A subida da montanha custa até ‘tar lá em cima
Mas a fria brisa avisa que a partida é garantida
E o que antes era subida, virou uma descida
Sê bem-vindo ao triângulo que hoje eu chamo de vida

[Outro]
Crio sendo cria e também terei uma um dia
E provarei que a minha lei sempre fui eu quem a fazia
Nunca deixarei ninguém limitar a minha magia
Nem ’tou a falar da caneta mas sim da minha energia