Diomedes Chinaski
Nordeste no Comando (Cypher)
[Intro]
DV é tribo
Chave Mestra
Outra Vibe Records
DJ Caique

[Verso 1: Zaca de Chagas]
Respeita os alquimistas
Caro estadia a rima
A carne que te hidrata, nenê
A farda comida
Na minha política cê é o farsa do Temer
Na religião o Silas
Na favela é a greia
Cê não vive, treme
Tem que ser chavemegista
Tem que ser DV Tribo, não creme
Viva gangsta
De laboratório
Do antigo Play Center, grifa
Cada faixa um clássico
Cada clássico, negro triste na vida
Amarga, vixe Maria
Nem dá no coro
Quem disse isso, eu já dei um dia
Só foi o estarro do papai
E de ser chefe tem que ter mais vitamina, carai
Madeira de tibaúba

[Verso 2: Oreia DV]
São livros demais, livros demais, leem demais
Nietzsche, Einstein
Estudam demais, faz nada demais, falam demais
Ó meu pai
Onde a faculdade põe o dedo, vira lixo
Foi assim com os irmãozin do pixo
Querem saber sobre seu talento
Perguntam tudo, eles têm tempo
Jornalista um gênio, artista ingênuo
Divulgam tudo, nem te dão um prêmio
UFMG
Universitários famintos matam Goma de tanto escrever
E vocês que falam do Felipe Arco
Engraçado, dedo de flecha
Junção perfeita para acertar o alvo
Esquerda festiva se detesta
Tentamos uma vez, negado
Pela segunda vez renegado
Agora vai ter que engolir
DV Tribo é BH
Nordeste tá no topo
Todos falam xia
Cabelo raspado, roupa rasgada
Chinelo do dedo
Mas que viagem
Desculpa, chegado
Não vai ser igual nós
Cê até parece, mas só na imagem

[Verso 3: Faraó]
Caí matando no dark
Deselegante o que eu ouço dos haters
Imagem distante, eu rimo pra Saturno e Marte
Colidir, pra reverter o São Francisco
E não reduzir, sem puxação de saco
Só maestro são os macabros
Sem pano nós é rato
Tô procurando um cu quadrado
Rompe o cocão, abarrota atropela
Se o dinheiro é do crime, devolve à favela
Primeiro abre a mente, depois abre as pernas
Só não abre a cara pros felas
Segue o bonde
Matei MCs acéfalos
Tava planejando há séculos
Radiação dos hemisférios, bro
Deixei todos eles cegos, jão
Sem chances de compreensão
Inertes na escuridão
Com medo de assombração
Zumbi, ciclone de facão
A febre, a chaga, a facção
O preço justo, a divisão
A sanidade, alucinação

[Verso 4: Hot]
Eu não tinha ouro, me chamaram de calouro, mano
Rap frio, rejeitando calor humano
Uns vem pra seio, outros tão passeando
E eu odeio o jogo que eles tão falando
Sigo caçando moeda no cassino
Enquanto Brown escuta Cassiano
Sigo atirando nos sinos
Eles não querem ver os tambores tocando
E eu fiz tanta coisa boa que deu prejuízo, mano
E tanta coisa ruim que me rendeu lucro
Eles roubam no truco, o jogo permite
A vida permite, mas te dá o troco
E eu sou o fogo, nêga
Sempre inverno aqui, todos ao redor
Querendo calor
As galinhas, os galos de briga
É um inferno aqui
E eu já sei de cor que as notas têm cor
Esse jogo é antigo, amigo
Fita do Nintendo e eu não entendo nada
Quero mais é o nordeste no topo
Fogo nas levada, geração elevada
É DV Tribo e Chave Mestra
Eu subi pro nordeste pra confirmar
Que as linhas daqui é só tiro na testa
E o que te resta, nada pra falar

[Verso 5: Diomedes Chinaski]
Alienígena, afro-indígena, índigo
Me dá meu ouro que é digno
Cem por cento iluminado
E cem por cento maligno
Trago o mistério dos signos negros
Negro, mal durmo, sou tipo morcego
O mainstream tá flertando comigo
Se Deus quiser qualquer dia eu chego
Matei minha banca, matei essa track
Matei minhas cyphers, matei esse ano
Matei minhas feats, matei esses raps
Matei esses traps, matei o piano
Subi as ladeiras como um haitiano
Senti a pobreza como um indiano
Previ o futuro, estilo cigano
Mudei meu futuro como um marciano
Eles dizem que sou fraco
Devem tá sendo cômicos
Olha o som que faço
Quem compreende pergunta como que
Foda-se o que eles falam
Minha família aqui ninguém para
Desafiei o diabo
Chinaski é Ojuara

[Outro]
Chave Mestra, DV Tribo
Chave Mestra, DV Tribo
Chave Mestra, DV Tribo