Diomedes Chinaski
Histórias Reais
Letra de "Histórias Reais" com Inquérito & Diomedes Chinaski

[Intro]
2018

[Verso 1: Renan]
Essa é a história de um moleque de quebrada
Parecida com uma que o pastor contava
Um menino que nem tinha nome de Jesus
Mas já carregava a cruz
E o destino escolheu ele pra ser salvador
Numa família que o pai cusão abandonou
Será que ele era inocente ou era ambição
Sonhava alto tirar relo com os avião
Crucificado na escola pela cor da pele
Sem nome, ele era o neguim (ae, neguim)
Sua infância sangrou e o vermelho escorria
Até pelo boletim
Parou de estudar e foi trampar no aeroporto
Todo fim de dia chegava em casa morto
Pensou em roubar quando o salário acabou
Mas ao quinto dia útil ele ressuscitou

[Refrão: Pop Black & Renan]
Vidas que se cruzam histórias reais
Tão distantes e tão iguais
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
[Ponte: Diomedes Chinaski]
O aprendiz

[Verso 2: Diomedes Chinaski]
Ele andava envergonhado das suas roupas velhas
Porque tava fissurado numas gatinhas
Ele já tinha rezado mil Ave Marias
Por algum motivo o milagre nunca vinha
Morando de casa em casa feito ciganos
E os comparsa traficando feito ticanos
E a milícia nos matando tipo brincando
Ó os carro, ó os cana, ó os cano
Ó os cara, ó (hã) moscano
Acabou o show (plow, plow) engano
Ele é da terra de Rivaldo, por isso que é o camisa dez
Hoje a porra do cachê tá valendo mais a pena
Que umas bolsas de dez
Hoje a porra do cachê tá fazendo ele vencer
E abrindo mares vermelhos tipo Moisés

[Refrão: Pop Black & Renan]
Vidas que se cruzam histórias reais
Tão distantes e tão iguais
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
[Verso 3: Nicole]
15 anos num colégio como merendeira
Desistiu até do sonho de ser enfermeira
Era pelos dois filhos que criava sozinha
Que ela encarava todo dia aquela cozinha
E no meio das panelas ali no recreio
Entre alunos e alimentos a vontade veio
De tanto sentir de perto o cheiro da infância
Da escola, das crianças e da esperança
Teve uma fome monstra de engolir os limite
Roncou sua barriga reabriu seu apetite
Quis se alimentar daquilo que via e sentia
Devorou os livros foi lê tudo que podia
Mãe solteira sem Pai Nosso, contraria
O que eles queria que fosse sina de Maria
Entre ser dona de si e ser dona de casa
Ela se formou e foi dona das próprias asas

[Refrão: Pop Black & Renan]
Vidas que se cruzam histórias reais
Tão distantes e tão iguais
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
Vidas que se cruzam histórias reais
Tão distantes e tão iguais
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG
Numa quebrada do Brasil bem perto de você
Só muda o sotaque, o CEP e o RG