[Luísa Sonza]
Eu sempre soube esse caminho de cor.
Conheço esse lugar melhor do que a casa em que eu nasci.
Mas ela já não é mais a mesma.
Tu já não é a mais o mesmo.
Eu não sou mais a mesma.

[Luísa Sonza]
E toda lembrança agora, abre um buraco no peito.
E se não é a lembrança a matéria prima do sonho.
Pois é aqui que vim lembrar das coisas que eu preciso esquecer.

[Luísa Sonza]
A gente se entrega ao sacrifício sem perceber.
Porque no começo parece tudo perfeito.
Quem colocou o desejo na carne.
Também colocou sofrimento no espírito.
Pra aliviar o espírito, talvez seja preciso se livrar da carne.
Pra salvar a alma.
Talvez seja preciso libertar o corpo.
Como algo que sempre foi tão bom, de repente te causa tanta dor.
E a gente finge que nada tá acontecendo, até que não dá mais para fingir.

[Luísa Sonza]
É como se dar conta que está sonhando dentro de um sonho.
Em um looping eterno.
Onde não existe fim.
[Luísa Sonza]
Mas aquele dia eu descobri que para acabar com a dor.
É melhor deixar ela me consumir até o fim.

[Luísa Sonza]
Alguma coisa morreu dentro de mim.
Mas a morte dela deu lugar para algo nascer.
Algo que eu não sei o nome.
E nem sei bem o que é.
Eu só sei que é alguma coisa forte.
E finalmente, livre