[Verso]
Conserva o som se for preciso congela
Mete de novo até me pores com dores de ouvir esta merda
O beat diz que eu sou uma melga
Cansa-se de se ouvir mas só p'ra mim é que revela
Não me foges das mãos por isso arranha-me a goela
Deito copos no chão, piso cacos apanho cadelas
Vivo a vida dum cão, nunca me cansei dela
Sempre a correr com a noção que nunca parei nas cancelas
Ganda prod T-Rec os kicks fodem-me as costelas
Fico cego de tanto ouvir cotonetes limpam remelas
Notas fats riscam janelas
Nem notas é que pintam, aguarelas
Dropo é versos que vincam telas
Cotas, netos brincam nelas
Movimento é movimento 'tou bem dentro
Groove é me'mo o que tenho cá no centro
Concentro o meu batimento com o temperamento
Do nada Rap passou de passatempo a tempo
Que passo a passar tempo
Mas levo apertos de mim próprio, é claro
Porque nem tudo o que acontece é óbvio, e reparo
Que no fundo vem a superfície o petróleo, e nado
Para um mundo com uma planície de opio e paro
'Pa abastecer o ósseo e bazo
É me'mo isso sócio, não sou turista por acaso
Sou artista por colapso
Não me engasgo, sou o Vasco sempre pronto para o tasco
Seja um confronto num combate, 'tou apto
Ou conforto no meu quarto também me adapto
Vida é solúvel demais mas já virei o frasco
Não sei como mas juntei dignidade com sarcasmo
[Refrão]
Conserva o som, estima as colunas
Procura saber como é que elas se acostumam
Conversa com as tuas perguntas
'Pa veres que não te levam a lado nenhum mano
Conserva o som, estima as colunas
Procura saber como é que elas se acostumam
Conversa com as tuas perguntas
'Pa veres que não te levam a lado nenhum mano