[Letra de "LĂngua" ft. Elza Soares]
[Verso 1: Caetano Veloso]
Gosto de sentir a minha lĂngua roçar
A lĂngua de LuĂs de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusĂŁo de parĂłdias
Que encurtem dores e furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa, da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os Portugais morrerem Ă mĂngua
Minha pátria Ă© minha lĂngua
Fala, Mangueira! Fala!
[RefrĂŁo: Elza Soares, Ambos]
Flor do Lácio, sambódromo
Lusamérica, latim em pó
O que quer, o que pode essa lĂngua?
Flor do Lácio, sambódromo
Lusamérica, latim em pó
O que quer, o que pode essa lĂngua?
Flor do Lácio, sambódromo
Lusamérica, latim em pó
O que quer, o que pode essa lĂngua?
[Verso 2: Caetano Veloso]
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglĂŞs relaxe dos surfistas
Sejamos imperialistas! CadĂŞ? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmen Miranda
E que o Chico Buarque de Hollanda nos resgate
E xeque-mate! Explique-nos, Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em "ĂŁ"
De coisas como "rĂŁ" e "ĂmĂŁ"
ĂŤmĂŁ, ĂmĂŁ, ĂmĂŁ, ĂmĂŁ, ĂmĂŁ, ĂmĂŁ, ĂmĂŁ
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier
Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
E Maria da FĂ©
E Arrigo Barnabé
[RefrĂŁo: Caetano Veloso, Elza Soares e Ambos]
Flor do Lácio, sambódromo
Lusamérica, latim em pó
O que quer, o que pode essa lĂngua?
Flor do Lácio, sambódromo
Lusamérica, latim em pó
O que quer, o que pode essa lĂngua?
Flor do Lácio, sambódromo
Lusamérica, latim em pó
O que quer, o que pode essa lĂngua?
[Verso 3: Caetano Veloso]
IncrĂvel! É melhor fazer uma canção
Está provado que sĂł Ă© possĂvel filosofar em alemĂŁo
Se vocĂŞ tem uma ideia incrĂvel, Ă© melhor fazer uma canção
Está provado que sĂł Ă© possĂvel filosofar em alemĂŁo
"Blitz" quer dizer "corisco"
"Hollywood" quer dizer "Azevedo"
E o RecĂ´ncavo, e o RecĂ´ncavo
E o RecĂ´ncavo, meu medo
A lĂngua Ă© minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
A lĂngua Ă© minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
A lĂngua Ă© minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caĂłtica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
— Será que ele está no Pão de Açúcar?
— Tá craude, brô. Você e tu, lhe amo!
— Qué queu te faço, nego?
— Bote ligeiro!
— Ma' de brinquinho, Ricardo? Teu tio vai ficar desesperado!
— Ó, Tavinho, põe esta camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
— I'd like to spend some time in Mozambique
— Arigatô, arigatô!
NĂłs canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no gueto do Harlem
Livros, discos, vĂdeos Ă mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem