[Verso 1]
A mais pura e potente, indecente para qualquer indecente
Encomenda, via celular pede o cliente
Até tarde no batente, mistura os ingredientes
De manhã cedo o tenente pega sua parte e se rende
Rotina incomum pra deixar os manos na boa
Um destino popular pros manos que tão à toa
A feira tá aberta, a rua cheia, o dia é longo
De mão em mão as notas sujas vem ao encontro
Que acelera o coração de um cara, de uma vida
Desde cedo sem pai dizendo que não podia
Da rua família com o instinto que se cria
Veio sem querer, mas veio pra viver o que merecia
A mãe teve o papel que ninguém imprimiu
Foi a voz da experiência que salvou quem a ouviu
Quando pedras quiseram rolar pra dentro de casa
Manos fortes souberam: "ninguém corta nossas asas"
Sem medo enfrente, até sair do perrengue
Linha de frente entende: não se usa o que se vende
São vários quilos de responsa que o ombro suporta
Vieram na mala, aonde o peso não importa
Ganhar dinheiro e ser feliz são ações legítimas
Deixo ao distinto cavalheiro a escolha mais intima
Igual em todo lugar, só muda o contexto que tem
De dez em dez
Manos ficam ricos, juntam muito mais que cem

[Refrão: Cabes + Colagem]
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave

[Verso 2]
Deus perdoa, as ruas nunca vi, alguns querem atalho
Poupa tempo, ganha um dinheiro com pouco trabalho
Manda a passagem, fazem a viagem, sabe a vantagem?
De norte a sul, porta malas cheio traz nossa bagagem
Vizinha já conhece os manos do bem
Nunca se renderam, e que nunca vão virar refém
Riem querendo chorar, estragam, juram melhorar
Motivos sobram pra parar, e o tel' não para de tocar
O informe do dia é corre corre, correria
Passar férias trampando, sem trampo, sem mordomia
Corre porque precisa e atende o que a vida chama
Todos tem dramas, alguns agem, outros pensam deitados na cama
Sua filha, sua mina, sua vida e amigos
São as trilhas, várias linhas e o espelho inimigo
Reflete jovens à sorte, sem corte, sem holofote
E só desfoque de olhares, inexpressivos e em choque
Do bem pro mal sem querer, querendo ter
Vidas melhores pra dizer que todos podem ser
Gente que aprende olhando e descobre fazendo
Final da história já sabia, alguns só estão revendo
Todos sabem a resposta antes de fazer a pergunta
Perguntam mesmo assim pra vê cê a resposta muda
Tudo é passado, história escrita e feita
O presente é criação, hoje eu sou melhor e ninguém suspeita

[Refrão: Cabes + Colagem]
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Paciência é a chave
Na mente nesse instante
Paciência é a chave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante na mente nesse instante
Sem flagrante, paciência é a chave
Tá firmão, tá suave
Sem flagrante

[Outro]
Hã, questão assim acaba julgando a gente dessa vida
Cerca ruim é que ensina boi a ser ladrão