[Intro: Lucas Felix]
Uma coroa e um trono pra se sentar
Meu coração aquecido para chamar de lar
É tudo que pensei que meus impostos trariam
Quantos dentro do vagão sabem quanto custa uma alma?
Lágrimas gerei em vão
Sangue, ouro, karma e o jornal
Diz que o amanhã vai ser melhor
Porque ali vai poder sorrir
[Verso 1: Rômulo Boca]
E eu fui ler sobre Deus
E aprendi mais sobre os homens e seus sobrenomes
As máquinas vieram depois
Drones e clones
Foda-se Jeová, gata
Desgraça concedida à menina do corpo ereto
Vai, criador, onde é que tá a porra do decreto?
Meritíssimo, onde está o etéreo?
Recusa um solo estéreo
Eu sou meu próprio monastério
A vida é uma puta sem critério
Sonhei com meu pai, eu que perdi minha mãe em sua doença
Reguei boas sementes, olhei a tempestade
Porra, a vida é uma sentença!
Obrigado Jeová pela graça concedida
Veja só como tudo muda
O tempo sem rima, métrica ou senso
Se ajoelhar pra agradecer?
Que coisa estranha de se fazer, não é?
Se alimentar do pó abaixo do pé
Eu vi como essa tal vida fora da caverna é bela
Mas sinceramente devia ter ficado mais dez anos dentro dela
[Ponte: Rômulo Boca]
Antes da sequela, antes da sequela
Será que jejuar quita uma parcela?
Antes da sequela, antes da sequela
Será que jejuar quita uma parcela?
Antes da sequela, antes da sequela
Será que jejuar quita uma parcela?
Será que jejuar quita uma parcela?
(Mas aí, bem-vindo à luz)
[Verso 2: Carlos Gallo]
A diáspora antes de mim trouxe outro alguém de lá
[?] reverter, subverter, saber não ser daqui
Eu devia amar em português
Trago no olhar a sede do que não vi
Liberdade que não vi, só li
De olhar percebo que senti falta, aprendi a regra
Regar a fé com Ogum, amanhecer, fazer valer aqui
Tô pagando o surto lúcido, enxergo o cerco
Felicidade em combos
Quem do coração pra dentro é escombros
Enxergo o mesmo
Eu prego, inflamo o culto, eu peço ódio de novo
Ódio de novo mundo, eu digo
Encarne, encare o risco, mude o curso
Poderosos exaltam seu Ku Klux
São outra nação, assoviam outra canção
Sou outro culto, driblando vultos
Ídolos idolatrais, vivo meu tempo
Ainda há tempo e o tempo não volta atrás
Eu sigo e oriento, inauguro um novo monumento
Sem poupar ao meu coração, não temo o tempo
O fim é certo e vem sem aviso
O verso vem sem aviso, a vida é improviso
Monitore o pulso, mas ouça o seu coração
Filhos do fim, a semente, início de tudo
Outro tipo de mente pra outro tipo de mundo
[Sample: Betinho, "Planta Baixa"]
Plante uma boa semente
Numa terra condizente
Que a semente dá
Pegue, regue bem a planta
Que nem praga não adianta
Ela vai vingar
Planta é como o sentimento
Tem o seu momento
Tem o seu lugar
Regue bem seu sentimento
Porque rega no momento
Não pode faltar
Gente também é semente
Tem que estar contente
Tem que respirar