O Rappa
Em Busca do Porrão
[Verso 1]
A busca do porrão não é de paz ou de abraço
De grade, de foice amarelada, não é de cagaço
Não tem cor, não tem caô
Nem promessa, nem fita, nem missa
A busca do porrão não é missão, é uma sina
A busca do porrão não faz barulho e não cobra dívida
A busca do porrão é intenção
Abraço consternado do pai
No filho pródigo perdoado e a presente felicidade
Que não começa e nem termina no espaço da paz

[Ponte]
A fruição do som, do espaço vazio
O amor que não dá pitaco, que não dá pio
A fruição do som, do espaço vazio
O amor que não dá pitaco, que não dá pio

[Verso 2]
A busca do porrão não tem fim
Não tem fim, nem finalidade
Onde é necessária não tem, não tem cidade
A busca do porrão é a beleza nunca perdida da cidade
Pra além do silêncio do gozo da mulher difícil da cidade

[Ponte]
Do patrão encaixe, neura do torturado
Pralém do trem, do ônibus, do pé inchado
Do patrão encaixe, neura do torturado
Folheado, café-milho misturado
[Verso 3]
A busca do porrão vai além, além do macacão
Abraço evangélico, evangelho e curtição
Onde ninguém se perde nos dramáticos sete
Não tem traíra, não tem canivete
Sem traíra, sem canivete, sem traíra e canivete
O legal encontra o razoável
Encaixe do neura, do torturado
O legal encontra o razoável
Folheado, café-milho misturado

[Ponte]
Além do papo mudo repetido, além da compreensão
Além do cabelo reco sem discriminação
Além do papo mudo repetido, além da compreensão
Além do cabelo reco sem discriminação

[Refrão]
O porrão não se respira
Não se vende, não se aplica
O porrão não se respira
O porrão é pura pica
O porrão não se respira
Não se vende, não se aplica
O porrão não respira
O porrão é pura pica
[Outro: 3x]
A busca do porrão não tem fim e não faz barulho
A busca do porrão não tem fim e não faz barulho