Nando Reis
Pré-sal
[Verso 1]
Espadas de são jorge sempre em guarda vigiam
Inhames majestosos negros caules que brilham
Barras de lingote a caixa-forte continha
As mãos de minha avó molhadas com glicerina
Sirva-se pro sortimento

Pipocas estouravam dos pedais do triciclo
Detetive desvendava um crime hediondo
Lagosta espatifada atrás do branco biombo
Periquitos viciados em sementes de cânhamo
Aves do padre faria

[Verso 2]
Se o mundo mysoline evitasse convulsão
Na mesa o epelin listrado dois Pablos Forlan
A estátua do Jardim Guedala um sepultar do anão
Na telha hexagonal sem graça o guaraná
Guarda o segredo da distração

Desbarrancar nas margens parte o Lazarozinho
Fitas demarcavam rubras tardes de vôlei
O Centenário Perez caminhava sozinho
Strombus Pugilis de róseos lábios
Vem banhados pela espuma da areia