Nando Reis
Lobo Preso Em Renda
Depois do exagero sem sossego
Seu enredo mágico ruiu
O dia amanhecendo, o desespero vem batendo
Comigo mais frágil, bem triste
Repete o roteiro mil vezes
Reflete no espelho a face foge finge
E o intenso movimento agora é tenso
Falho, apático, estático, pífio
De repente se desprende do barato
O fogo fácil farto de artifícios
E o líquido inflamável ficou imprestável
Estanque sem combustível
Mas desses carnavais recentes
Nada que eu me lembre
Tudo uma mesmice
Assopra trilha, sussurra suave
Nave madrugada invade sumindo
Sexo a venda ali na esquina
Sangue na piscina
Dois cortados pulsos
Fantasia da vontade
Oásis da miragem
Imagem filtrado fetiche
Não dá pra dividir com todos
Coisas que uns poucos
Conseguem entender
Guardar como tesouro
O furioso monstro
Que hoje dorme
Mas mora em você