Lessa Gustavo
​joão kleber
[Verso 1: Lessa Gustavo]
Humanos e colapsos
Fodendo suas sinapses
Tô bem longe do ápice
Quando eu morrer não quero lápide
Apenas arte
Fazer de museus tumbas de referência
Pra subcultura bruta
No cal, buzios e cartas por todo o meu caminho
Eu tô distante de desmerecer o teu carinho
Um estranho no ninho
Só não tire meu foco
João Kleber gerando expectativa para o próximo bloco
Eu me desenvolvo e evoluo no declínio
Cínico, cítrico
Balas de tamarindo no meu bolsos
Mal humor estampado no rosto
Sem colar no pescoço
Seus sucessos boiando no esgoto do limbo/tempo

[Verso 2: d4cruz]
Em cinzas nas ruinas
Andando estreito e sem saída, caio na mesma rotina há dias
Sonhos turbulentos
São outros tempos
Difícil vista grossa
Evoluindo com uma proposta, mas sem resposta
O dia é corrido
Sou quase um escravo do ofício
Com gosto e vício
Apenas cuspindo
Já não há mais diálogos sem expectativas pro próximo ato
É fato

[Verso 3: Arit]
João Kleber, eu já prevera o tédio
Prevera o risco da inquietude entre os prédios
Caminhar denso nas altitudes
Nas ruas do centro o compassar das palavras presume o óbvio: Silêncio é rude
Flagro imagens televisivas, abusos do inconsciente
Minha mãe em seu quadrado religioso
O espelho esculpe a culpa repetitivos diálogos
Particular abismo a parte de um amor nebuloso
Tragos de cigarro cinzeiro cheio
As cinzas me lembram do ventre da terra úmida
De um tempo onirico me sobram dúvidas
Me furto entre infância, as dores rígidas, surtos de adulto
E eu da geração do impalpável, do irresoluto
Da carência de sentido as respostas do cosmos
Mal sei do meu tamanho, do rebanho tenho meus dedos sangrados
Mal me disseram, maldito fruto