Lessa Gustavo
Os sinos que não lustrei
Chão gelado, na sombra das arvores
Sem sombra de duvidas
Rostos esculpidos em blocos de mármore
Escorregadio, resquícios de manga ou jaca
Siga o ritmo da intensa badalada dos sinos que não lustrei
Palmas que não aplaudi
Não aceitei nem perdoei tuas atitudes
Multifacetadas como as minhas
Somos pecados mas também somos virtudes
As vezes é o ponto de vista que diferencia
A vida é bela só que as vezes me confunde
E de Afrodite vai pra Pomba-Gira
Sincero comigo mesmo
Eu to tentando não ser rude
E a expressão fumaça contamina a portaria
Existe um lago no saguão principal
Sanguessuga emocional ao bater de frente vibra de alegria
To distorcendo as vértebras embranquecendo os lábios
Fazendo jus a euforia descrita
Feito mascaras de esgrima pingando suor gelado
No chão de mármore
Carregando duvidas (muitas duvidas)
Rostos esculpidos no tronco das arvores

Diretamente da cidade imunda
Sem localismo, tipo um vírus popular
Brindando o clima, poeira no ar
Infiltrando os olhos
Ta difícil te enxergar
Ela tem pés que remexem o solo
Trazendo a tona como diferentes somos
Como diferentes fomos
Ou deveríamos ser
Mas eu só propus abandonar o rebanho
Palavras belas hoje se encontram do lado de la
Eu to distante mas se tu mostrar que precisa de mim
Eu posso te encontrar no meu modulo lunar