Thiago Elniño
Condado dos Surdos
[Refrão]
Na babilônia todo mundo gritava
Na babilônia quase ninguém se ouvia
Do inferno a gente se aproximava
Quando mais um prédio na cidade se erguia
[Verso 1]
Central do Brasil, 7 horas da manhã
Vejo, busão, trem e van, sentido Vietnã
Eu vejo soldados, perdidos na guerra
Na busca de causa, tanta gente erra
Lutamos pela felicidade de quem? Ein?
Quantos anos tem que sua rotina é a mesma?
Já dizia o poeta que, vida é transcender
Para mim não existe bandeira maior a se defender
Mas nos educaram errado, nos fizeram esquecer
Do que a gente é, do que a gente pode ser
Eu vi o céu descer em forma de fumaça
Entrou no meu pulmão e agora eu sou um anjo com asma
Eu, não vou aceitar, eu, não vou aceitar
Trampar 8 horas por dia pro teu império aumentar
Cês querem me matar, cês querem me matar
Porque mesmo a Globo existindo eu aprendi raciocinar
[Refrão]
Na babilônia todo mundo gritava
Na babilônia quase ninguém se ouvia
Do inferno a gente se aproximava
Quando mais um prédio na cidade se erguia
[Verso 2]
O sistema é uma máquina e nós somos energia
Consumidos pela elite 24 horas por dia
Centro periferia, periferia centro
Ônibus lotado, vazio de amor por dentro
Ó, espero um momento, quero descer
To atrasado, para conhecer
A paz de espirito que só quem é livre pode ter
Paz que da força para combater
Os inimigos que eu to ligado quem são
Eu escolhi a pílula certa das que Morpheus tinha na mão
Tô pique abraão buscando a minha Canaã
Em meio a um mundo de ilusão tento manter a mente sã
Planto signos de um novo amanhã no agora
Para que a lei que vigora caia sobre nossos pés
Mordo a orelha de stress, meus irmãos gritam "Jah bless"
Eu escuto as vozes deles e faço a minha voz valer por dez
[Refrão]
Na babilônia todo mundo gritava
Na babilônia quase ninguém se ouvia
Do inferno a gente se aproximava
Quando mais um prédio na cidade se erguia