Rincon Sapiência
Sr. Kinta Fera
[Introdução]
Salve! Rincon Sapiência mais uma vez, certo
Sejam todos bem-vindos a mais uma edição do Akecimento
A sétima edição inclusive, se divertindo bastante
Meu foco ultimamente tem sido a gravação do EP, mas
Sempre tenho tempo pra um rap, vem com nós

[Rincon]
Sr. Kinta Fera, verão ou primavera
Outono ou inverno, nós segue rimando a vera
Não dá pra segurar as ideias que se aglomera
São anos de COHAB e um leste em Itaquera
Um salve pras quebrada, eu colo com a intera
De rima eu já fiz um Giga, amanhã eu já tenho um Tera
Os rap frio é foda, os ouvido se refrigera
Eu tô no Akecimento percebo o calor que gera
Eu sei que lero-lero não fecha com a galera
O oposto de pé de breque, sou o cara que acelera
Palavras fazem curva, não fico na espera
Não limpa, não encera, não cozinha nem tempera
Então meia volta e vaza, meia volta e vaza
Um paraíso tenso estilo Faixa de Gaza
Um tapa na costas, vai na fé e arrasa
Mergulhe de cabeça em uma piscina rasa
Sr. Kinta Fera, semana selvagem
Faminto tipo uns excluídos que vivem a margem
Tendo o microfone, também tem teclado
Mesclado com uma erva verde ao estilo vagem
Pensamentos agem, hora da ação
Longe de ser Deus, mas eu tenho o dom da criação
É o frio do rap morno, essa é a reação
É rolta russa com tambor cheio de munição

Firme como um felino quando usa suas garras
Firme é a postura que eles chamam de marra
Firme como o cipó que no escravo se amarra
Firme é o argumento do vocal na guitarra
Se eu to no ataque, na defesa faço uma farra
Se eu jogo na zaga, marco memo tipo Gamarra
Nas ruas do gueto vejo várias nave da hora
Nas ruas do gueto vejo as viaturas do GARRA
A força da problemática, saca? A força tática
Mente vazia fode, entenda a força da prática
Esse é o Akecimento, longe de ser Antarctica
Meu rap arranca os braços tatuados com a suástica
Mágica, lá da fonte África
Pretos orgulhosos incomodam mais que afta
É a metamorfose como no livro do Kafka
Não to de passagem, faço essa porra pra ficar
Poucos espetáculos, tempos de internet
Curto transar com a música, mas só fazem boquete
Faço filhos com a música, e ninguém se mete
Pra eles ela é santa, pra mim ela é piriguete
Tipo 2020, conservador, assusto
Olho estaladão, tipo Roberto Justus
Personalidade, sei que tem um custo
Mas antes de agradar, comigo tenho que ser justo

Mundo Manicongo, prove do sabor
Onde as damas mostram sensualidade sem pudor
E no cangote delas exala o melhor odor
Sem essa de rap hype, meu chapa, nada mudou
Do gueto pro mundo, da causa estrondo
Provoco, jogo pedra na casa do marimbondo
Pensamentos mudam, na história rondo
Riam quando diziam que o planeta era redondo
Várias teorias, várias teorias
Maria vai com as outras, de acordo com a maioria
Vários correria, vários correria
Nós voa mas não é que nem mosca de padaria
Tô pronto pro jogo tipo Vagner Faria
Sou zebra tipo Mengo perdendo pro Olaria
Com tanta mesmice, tiro a conclusão
Um rap sem Rincon, me diga, como seria?