Elo da Corrente
Insistentemente
[Verso 1: Caio]
Criar e ver o próximo estalar o olhar
Rimar o que eu enxergo e se dilata no ar
Debaixo do nariz de quem não vê, não entende
Sigo versando em meu trabalho rende
Monto e desmonto, dou sentido diferente
E os semblantes continuam se esticando como antigamente (antigamente, antigamente..)
Tudo parecia mais normal, mas o que é normal?
Quem me diz o que você faria pra ser mais feliz?
A cicatriz nunca se apaga da pele
Aqueça esse ambiente antes que alguém congele
O tempo abre espaço pra reflexão real
Vivendo meu começo, perto do final
Da simples resistência nesse plano imbecil
Observando as nuvens brancas sobre o fundo anil

[Verso 2: Pitzan]
É só apurar os ouvidos (xi..)
A vida fala baixo, dá pra ouvir até os zumbidos
Dá pra ouvir teu chamado, sentir a criação
Eu fecho os olhos e caminho nessa direção
Um pouco acima do chão, não tão abaixo do céu
Meus sonhos voam em bandos, recolho-os nesse papel
Eu tapo a boca da mudez, trago no verso lucidez
O que temos feito de nós é mesmo certo?
O que temos feito por nós é mesmo certo?
De peito aberto no front
Minha batalha diária traça o meu próprio horizonte
Pelo que você vive? Por que morreria?
Sua vida tem preço? Por quanto a venderia?
Navalha que talha no teu pescoço a decisão
Nem tudo tem volta, tampouco salvação