Erick the Architect
Psicotrópicos
[Verso 1: Dez]
Tomo o comprimido rosa escuro, é a droga do futuro
Incerto se é seguro mas decerto que é puro
Apuro dos sentidos é um dos efeitos que procuro
Estou sentado no quarto à espera que o efeito comece
Tomo mais um quarto pode ser que apresse
E o cérebro ouviu de facto a prece e o guardo facto mexe
WTF! Até o gato cresce até a minha altura
E nessa altura fala, loucura não se cala
Isto é a pura tala, tal a tortura que te entala
Na visão sou Tritão, tenho tri-mão
Imensa rotação nesta densa dimensão
Onde as mesas pensam que são
Bailarinos e até aos pinos dançam
E a minha dama sai da foto então
Começamos a relação na cama
Ela é monomama, é um holograma
É sobre-humana, estou sobre a mana
E ela grama do panorama
Ela é sereia e eu penetrei a escama
Barbatana em vez de mama, mama na zarabatana
Olha como ela s’abana na cabana da savana
Estamos no chão, pura conexão
Mas a moca passa, estou são, de volta a casa, então
Fico perplexo estou a fazer sexo com a mão
[Verso 2: xtinto]
Sinto-me transumano mas de gestação antrópica
A deslizar neste plano, condição psicotrópica
O cérebro faz ruídos, trampa psicológica
A rebentar-me os ouvidos como uma banda filarmónica
Ok, sou transumano filho dum esperma cósmico
E escorreguei no plano neste dano psicotrópico
Tou a matar as metas, álibi psicológico
Mas tenho que andar nas setas porque fodi o analógico
Era lógico, peço mais um doce copo e tu
Vês-me a ficar sem pilhas como se eu fosse eletrónico
Relógio sem amarras agora até escalo paredes
E dedilho as minhas guitarras tal como o Carlos Paredes
Sentes? Ou mentes? Eu 'tou a falar a sério
Tenho um Poltergeist que me 'tá a dar assédio
'Tou num asilo, estilo nunca foi régio
Inalo odores de Chernobyl é o meu remédio
Não entendes? Dopping a matar o tédio
Só “No love”, fiz amizade com a Mary Bu
Somos mesmo siameses, eu quero um médico
Foi neste beat que a gente perdeu a Maddie, uh

[Verso 3: benji price]
Checka o fluxo livre, influxo lúdico, o foco lúcido
Do toque súbtil da dose que move o corpo súbdito
De súbito, subiste de cargo a um paraíso luzido
Por luzes que aludem a que lubrifiques os teus sentidos
Chill, G, a carga que o cantil carrega é fértil, útil
Liberta a mente deste asilo febril
Fútil da sanidade que te pede sigilo
Sente ou senta-te, cingir-te é simples vendo que a
Vista da vida é preta se a vives com a venda
Boy, tenta, ascende à árvore da vida (Yggdrasil)
Vira a vista, 'tá a mil, bebe do néctar é fácil
É que 'tar estático não é sadio, sabes isso
Sê sábio: saboteia o tédio
Saboreia o gentil fluir das águas deste Nilo
E deita na areia, tranquilo
Odisseia pelo vazio, B
Não killes a vibe, vai senti-la, cai na
Alucinação que alucina a visão
Liga a ligação, sinapse e electrão
Assenta a sinopse, assinala a lição
Adormece nesta dimensão