Gigante No Mic
O Que Eu Posso Fazer
Letra de "O Que Eu Posso Fazer" de Atentado Napalm e Diomedes Chinaski

[Verso 1: Gigante]
Vendo um ponto luminoso distante
Em meio ao nada essa luz ainda resiste
Percorrendo o universo num instante
Porque longe é um lugar que não existe
Ouvindo um canto fervoroso e vibrante
A voz do espírito não teve limites
Tô submerso no que eu acho importante
O eu-lírico me guia, eu sigo o que ele permite
Todo mundo um dia morre
Mas quando morre o dia
Nasce o mundo das sombras por 12 horas
Quem apenas dorme
A noite é igual à morte
Eu perambulo igual sonâmbulo em vão nas vias do agora
Quero um ponto de equilíbrio tipo o Helio
Eu vou desconectar sem manter distância
Pra quando eu me tornar o mais novo dos velhos
Lembrar que a própria vida não começa só na infância

[Refrão]
A vida passa e nós somos passado
Desde o nosso nascer
Se a sina de um homem é o seu perecer
Seja o que for pra ser
O tempo caça, eu fui sempre caçado
Não posso reverter
Se o que me destina vai acontecer
Que que eu posso fazer?

[Verso 2: Eko]
Até virarmos deuses do Olimpo
Nesse jogo a gente joga limpo
Todo engomadinho, até ganhamos kit
No passado as coisas não era tão simple
Já passei por cada coisa
Que se eu dissesse aqui, você diria:
"Porra, o Eko é pessimista!"
Dedico o verso da excursão
A quem não tinha grana pra levar uma fruta em dia de salada mista
Por que fazemos rimas sempre tão machistas
Ao invés de ser a voz de quem vive à margem?
Pra depois amarelar em alguma entrevista
Alegando que nos versos era um personagem
A cigana viu na bola de cristal
Diz que é previsível o meu final
Expressão de cansaço, jogando a toalha
Na suíte presidencial
Nessa liguei Diomedes, é só papo reto
Então que os inimigos se curvem
Essa é a nossa vingança, o troco
A volta por cima por cima das nuvens

[Refrão]
A vida passa e nós somos passado
Desde o nosso nascer
Se a sina de um homem é o seu perecer
Seja o que for pra ser
O tempo caça, eu fui sempre caçado
Não posso reverter
Se o que me destina vai acontecer
Que que eu posso fazer?

[Verso 3: Diomedes]
Quando vi meu filho na maternidade
Finalmente compreendi o amor de verdade
Eu queria que meu pai ouvisse essa letra
E soubesse como sinto tanta saudade
Eu queria que a vida fosse mais fácil
Eu queria um futuro legal pra nós
Eu queria merecer o amor da minha dama
Filhadaputa nenhum sabe como dói
Me prejudiquei ou fui prejudicado
Meu emocional é todo retalhado
Não faço questão de ser um rapper durão
Porque quase toda noite tenho chorado
Quando tô nessa cidade, tô drogado
Muitos acham, mas eu não acho isso engraçado
Sempre que tô solitário em um quarto de hotel
Lembro dos amigos que viraram finados
Olha pra minha geração que são concursados
Estão no banco dos réus sendo acusados
Os demônios do sistema são ocultados
Me diz quem que são os culpados

[Ponte: Diomedes + (entrevista)]
Eles roubaram a pátria inteira
Fiz um movie só pra comprar minha feira
Pensei meu filho nessa doideira
O que será da nação brasileira?
Eu acho sempre importante lembrar que hoje a situação pode tá difícil pra caramba, mas a gente tem uma coisa muito preciosa que é a liberdade
Eu posso vir aqui e cantar; vocês podem vir aqui, vocês podem fazer a pergunta que vocês quiserem

[Verso 4: Diomedes]
Cada vez que alguém pedir que volte a ditadura
Lembra que os leigos só falam besteira
Cada vez que alguém pedir que volte a ditadura
Os asnos e suas asneiras
Então presenteia teu filho com livros
Você vai ter que ser exemplo vivo
Respeita as menina, as coisas da vida
E quem sou eu pra falar tudo isso?

[Refrão]
A vida passa e nós somos passado
Desde o nosso nascer
Se a sina de um homem é o seu perecer
Seja o que for pra ser
O tempo caça, eu fui sempre caçado
Não posso reverter
Se o que me destina vai acontecer
Que que eu posso fazer?
A vida passa e nós somos passado
Desde o nosso nascer
Se a sina de um homem é o seu perecer
Seja o que for pra ser
O tempo caça, eu fui sempre caçado
Não posso reverter
Se o que me destina vai acontecer
Que que eu posso fazer?