(verso 1)
Foda se seu conformismo, seu comodismo
De dentro de um condomínio, me dizendo que rap é compromisso
Com o que? (Com quem?) Tenho me dobrado igual contorcionismo
Meus irmão caindo, ceis não fazem nada quanto a isso

Sem coitadismo, pois sei que eu me contradigo
Brancos querem um comportado, pretos querem um combativo
(E eu sou só um negro) no topo da cidade, esse abismo
Com falta de foco por ansiedade não estrabismo (Eu sou só um negro)

Pra mim é tão visível
Quem mais jura estar do lado nunca foi meu vizinho
(levo minha cruz sozinho)
E a gente vive tudo que cabe num dia porque essa vida é imprevisível

Sétimo álbum na lista de top 10 foi pouco
Pra quem tem mais dinheiro na mente do que no bolso
Interprete essa mímica, a gente se arrisca e pa
Porque quando a fome sobe a consciência desce, é química

(refrão)
Onde eu não enxergo, o meu ponto cego
As drogas, o bairro, a casa, a mina, meu ego
Me deixa te levar daqui, me deixa te levar
Me deixa te levar daqui, me deixa te levar
(verso 2)
Estamos fazendo grana pra mostrar pro bairro?
Estranho, achei que era fazer grana e fugir do bairro
Condicionado, então mesmo que eu fuja hoje
Tem Arado na fórmula do bairro em que eu fui moldado

Descanse em paz meu mano Iago, Cuia, Baby, DS
E o coruja mal tinha 17
Por mais que não interesse
Quanto mais tempo eu vivo mais vejo que a lista cresce, aqui na Leste, e a minha prece

Se confunde pois não sei se peço paz ou dinheiro
Confesso, que do meu ponto cego parece o mesmo
Eu vivo entre dois mundos onde não há meio termo
Enquanto o jogo do Rap padece enfermo

Tô falando pros meus irmãos não se matar
Tentando me manter real por mais que isso me fere
Eu quis matar esses verme
E esse é o primeiro caso em que um negro foi salvo pela cor da sua pele
(Isso é Chicago Baby)

(Refrão)
Me deixa te levar daqui, me deixa te levar
Me deixa te levar daqui, me deixa te levar
(ponte)
Eu só quero ser livre
Eu só quero ser livre
Eu só quero ser livre
Eu só quero ser