[Verso 1: Matéria Prima]
Pra que saber da minha vida
Se não for parecida com a sua
Não tenho grana, vivencia insana
Eu saio pouco pra rua
Ganho uns pano meu filho me zoa
Eu sigo atrás do amanhã
Tem quem acha chato mas eu curto
Gonzaguinha e Djavan
Só deus sabe o tanto errei
E o tanto que dói isso
Todo dia o precipício fala mano da um fim nisso
Só que a voz da minha consciência
Sempre berra a consequência
Então se o passo acaba no impasse
Eu peço mais paciência
E sempre vai ter alguém do capital
Que te tira
Dizem que números não mentem mas vendem muita mentira
A indústria de estrela, adola, dеstra e destroça
Estressa quеm traçou outra rota, longe dos ratos e manda pra roça
Então fico só na minha ali pelas beiradas
Do naipe malandro velho, ali pelas quebradas
Entre conflitos sociais e étnicos
Na cena do jogador com meus rap técnico
[Refrão]
Pra quem pensa será que vai mudar
Pra quem tenta só força camará
Pra quem sente tudo bem se chorar
Pra quem erra deixa o mundo girar
[Verso 2: Joca]
E eu pensando no que eu nunca vi
Vendo filmes que eu nunca vivi
Quantas casas decimais
Quantos sonhos no meu djavu
Deixa vir nego veio não vai
No vão da barriga onde a dor não sai
Não se esquece confia a caneta
O que não se escreve se solta e cai
Tenho tido problemas
Queria sair não da
Tentando ficar não deu
Sem barco cais
Sem casa de galho em galho
Casa de um amigo meu
Quantas orações pro pai, será que ele me esqueceu
De corpo fechado uma vela acesa
O silencio no escuro num copo meu mar de breu
Versos de areia no meio da lama
O esforço de cada degrau da escada
Minha mente no alto na chuva procura uma lona
Andando descalço, mente corre maratona
Sendo fluído como água firme
Pedra solidificando a relação
Engessado peito congelado
Não se iluda baby meu discurso é vão
O que brilha no final da vida
É luz divina vida corre a um milhão
No fundo do poço a cada baile estrela ansiedade minha geração