Thiago Anezzi
Thiago Anezzi, ‘Jardim Feérico’ (Análise)
Cantor carioca lança seu primeiro trabalho na Tudubom Records
Dallass, Ferrugem e Thiago Anezzi, principais envolvidos no EP.Thiago Anezzi nos apresentou, no início deste ano, seu primeiro EP, Jardim Feérico. O trabalho, inteiramente produzido por Dallass, é mais um passo na carreira do artista que ganhou reconhecimento com as participações em projetos da Tudubom como: “O Coreto/b”; “TEDEBEEME”, de Filipe Ret; e “Deleta Meu Telefone”, de Mãolee.

Anezzi busca agora o protagonismo de sua carreira solo e faz isso com o que tem de melhor em seu repertório: R&B, love songs e melodia.

De início, cabe ressaltar que a análise a ser feita aqui levará em consideração o EP como ele essencialmente é. Seria injusto tentar compará-lo com obras mais elaboradas, construídas em cima de conceitos profundos e com uma tracklist inteiramente interligada. Devemos observá-lo como o primeiro EP de um talentoso artista emergente mas que, claramente, não foi produzido para disputar com os maiores nomes da cena, visto que ainda é algo muito experimental e típico de quem está se descobrindo no rap e se preparando para alçar vôos maiores.

Confira abaixo comentários e avaliações de usuários do Genius:Sendo assim, começo destacando que Thiago Anezzi tem um timbre e afinação como poucos no cenário, o que proporciona um destaque principalmente nas dobras, refrões e melismas, como é possível perceber logo de cara em “Ainda Penso Em Você”, primeira faixa do EP. Além disso, ”Jardim Feérico” se sobressai por ser composto por músicas românticas mas que não seguem o padrão de “rap acústico” que se tornou tão clichê ultimamente quando se trata de unir paixão e rimas.

Vale dizer também que trata-se de um som completamente comercial. A sensação que tive ao escutar o EP é de que qualquer das faixas poderia, facilmente, compor as grades de programação das rádios brasileiras. Obviamente, a de maior potencial é “Carta”, principalmente pela inclusão do Ferrugem, que alavanca, e muito, a exposição do trabalho para um público alheio ao rap. Entretanto, para mim, o destaque do EP vai para “Crise Existencial”: a música mais profunda dentre as 4 e que dialoga com situações vividas por várias mulheres nos dias de hoje.

O “lado negativo” - se é que podemos chamar assim - é que “Jardim Feérico” não possui esquemas de rimas muito elaborados, trocadilhos ou elementos para “enriquecer” as letras, como grande parte do público que aprecia o rap nacional anseia e até cobra dos MCs. Porém, não acho que isso seja essencialmente um defeito, pois, como disse no início da análise, acho que esse não é o objetivo do EP e, muito menos, uma característica típica do R&B. Claro que se Anezzi tivesse, ainda assim, conseguido incluir tais elementos na sua obra, eles agregariam muito ao trabalho. Mas isso não é algo que possa ser cobrado agora.

Sendo assim, considero o EP como um bom começo para o rapper carioca e vejo ainda, um futuro brilhante pela frente, principalmente devido a ascensão do R&B no Brasil. Se o gênero realmente engrenar como parece que vai, artistas como Thiago Anezzi têm tudo para construir uma carreira de sucesso.

—João GabrielA musicalidade imposta por Thiago Anezzi no EP Jardim Feérico demostra uma integra habilidade e eficácia do cantor em transitar em diferentes ritmos e nuances. Tendo em todas as quatro músicas assinadas com a produção de Dallass, que assim como Anezzi é membro da Tudubom Records, fica evidente que as canções contém um apreço especial com a sonoridade e em deixar o ouvinte totalmente confortável. A música Possesso, por exemplo, consegue durante toda a faixa variar a cadência, porém continuar totalmente em harmonia entre ritmo e a poesia cantada. O R&B é um gênero que necessita sempre um algo mais do cantor e Thiago Anezzi tem uma voz que impressiona e que logo de início já chama muito atenção. Com toda certeza esse não é um EP que você vai escutar apenas uma vez, escutar tudo novamente e adicionar uma das faixas na sua playlist de músicas românticas é praticamente inevitável, no entanto o fato de ser um trabalho muito compacto gera ao público um gosto de querer um pouco mais.

—Caio PaivaNotas:UsuárioNotaJoão Gabriel8Caio Paiva8Wagner Ananias8