Marisa Monte
Rosa
[Verso 1]
Tu és
Divina e graciosa
Estátua majestosa
Do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida
É preferida pelo beija-flor
Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente
De luz
Formada numa tela
Deslumbrante e bela
Teu coração
Junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rósea cruz
Do arfante peito teu

[Verso 2]
Tu és
A forma ideal
Estátua magistral
Oh, alma perenal
Do meu primeiro amor
Sublime amor
Tu és
De Deus a soberana flor
Tu és
De Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza
[Verso 3]
Perdão
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor
Meu peito não resiste
Oh meu Deus, o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar
Aos pés do onipotente
Em preces comoventes
De dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir
Meus desejos em nuvens
De beijos, hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer