[Verso 1: DK]
Essa nasceu sem anestesia, nasceu frio e calculista
Fiz os versos especialistas em assassinar racista
Não acredito na mídia, essas emissora finge
Ninguém passou a notícia da morte lá no Habib's
Espancaram o garoto, depois arrastaram o corpo
Enquanto tu assiste as fofoca do Neymar e a Marquezine
Tamo indo pros estádio pra matar por causa de time
Meus amigo tão morrendo e eu gritando "Favela Vive"
E a polícia mercenária, joga bomba em professor
Joga spray de pimenta na cara dos estudante
Agora os policinha vem me jogar o caô
De que não vão trabalhar pra não enfrentar os manifestante
Esse é o país do carnaval, é natural achar normal
Tu criar sua filha como se fosse objeto sexual
Dessas que vem dentro das caixa com etiqueta plastificada
Programada a arrumar a casa e fazer dança sensual
Eu sou rap nacional, pela favela e o hip hop
Sem performance pra virar cadeiras do The Voice
Pra quem diz que bandido bom merece a morte
Tu vê Cabral e Michel Temer amarrado aqui no poste
Liguei pro Diomedes e pedi os caixão emprestado
Vou matar uns prefeito, uns senador, uns deputado
Eu analisei a situação que no BM o mundo é o cão
Essa cypher é pra deixar vocês tudo sem reação
[Verso 2: CHS]
Minha escola era a Lapa e eu nunca matei aula
O ensino era rima e eu nunca tive falta
É bom pular essas fase chata com macete ou password
Mas sei da importância, é um passo ontem, um passo hoje
Uns falam de Cheech & Chong, outros de Hitchcock
Sabem de Big Brother, pouco de hip hop
E a cena se locomove, uns dizem que mais pro pop
Outros só querem ibope, mano, então não fode
Rap eu te proponho, rá, rá
Eu sei que o sonho é alto, não tenho medo do tombo
Pergunta te faço, eu chego e te questiono
Quanto teu patrão te paga pra desistir do teu sonho?
Quem é que joga fumaça pro alto? Bloco 7
Bate cabeça todo show é fato, eu faço é rap
Vivendo agora o que já sonhamos desde moleque
Então melhor cê dar valor, que eu faço a cada track
Uma prece para os deuses, grana todos os meses
Conta em todos os bancos, hoje eu devo todos eles
Faço disso meu carma, hoje eu tô tipo asma
Cuspindo rimas tipo balas
[Verso 3: Coruja BC1]
Sobrevivendo no inferno, entre castelos e ruínas
Dos barraco de maderite aos palácio de platina
Escolha seu caminho, esse é o raio-x do Brasil
Com os filhos dessa pátria o sistema não é mais gentil
Fortificando a desobediência, xis da questão
Seja como for, escute a voz do coração
Agonia do morro, entre a adolescência e o crime
Cartão postal bomba, não DiCaprio nesse filme
Ainda há tempo, basta querer enxergar
Vamo voltar a realidade, é hora de acordar
Nos privaram da liberdade, nossa luta é todo dia
Antigamente quilombos, hoje periferia
Causa e efeito, corpo e alma, rap na veia
Meu raciocínio quebrado dá nó na sua orelha
Traficando a informação, fortificando a desobediência
Pra ter uma opção de uma saída de emergência
A marca da besta na mão, lance o controle remoto
Enxergue além da tela e renasça igual flor de lótus
Seja o que você quiser, foda-se os bico
Era do caos pessoal, TV Senado, bem vindo ao circo
No mundo sem cortesia ainda vejo buraco ao chão
Natural, às vezes enxergo além da razão
Vir do nada me faz querer tudo, sem mimimi
Esse é o glorioso retorno de quem nunca esteve aqui
[Ponte: Lord]
Além da Loucura
É a tropa
É o bicho
[Verso 4: Lord]
E é relativo ser o melhor, eu nem faço questão
De engolir esses rap, pra não me dar indigestão
Não sou galã, minha poesia é crime com mensagem
Mas fazer o que se elas gostam de ouvir verdade
Verdade que eles não têm no bloco de notas do iPhone
Cês acham que eu não tô vendo, eu tô voando tipo drone
Foda-se Cyclone ou Tommy, Nike ou Abercrombie
Van ou Kombi , seja homem, tem gente que nem come
Eu não arrumo treta com mc's
Minhas treta são de morte, assassinato e corte no serrote
Cês dizem ser vilão, mas são atriz
Vocês são filial, somos matriz vendo além do próprio nariz
Sem críticas construtivas, adoro ouvir inveja
Bebendo a minha cerveja, do bolo somos cereja
A meta é ganhar, trabalhar pra si
E cês vão ver que tá no game é bem mais que cocaine e Hennessy
Sua ideia segrega, a fama cega
Dizem "tá tega", não, tá tudo errado, então sossega
Aqui não tem amigo, só negócio, político morcega
Outros não quer justiça, quer tá lega
E meus parceirin quer ser Escobar, e eu cantar-hei igual Caetano Veloso
Soldado quer ser Capitão Nascimento, querendo meu filé, mas só vão roer osso
Alguns pivete querem ser Neymar, talvez o próximo Fernando Beira-Mar
De qualquer forma é casca dura igual cimento
Se aprender a ler todo cuidado é pouco
[Verso 5: Dexter]
E sou eu mesmo, paulistano da gema, verso o sistema
Dexter, Fênix, Oitavo Anjo, preto problema
Aqui não tem diz que me diz, sigo o caminho que amo
Rap compromissado, de mim só compromisso mano
E vamo que vamo, nada pode nos parar
O amor venceu a guerra e sempre vencerá
Durma com os anjos, criança, a gente ora por ti
A estrada das fadas é logo ali
E aí, viva, não seja você mesmo seu algoz
Almeje um real Mundo Mágico de Oz
Cê é mais um homem na estrada? Não dá, peça socorro
Irmão, não queira ser mais um soldado do morro
Pra muitos você vale o que tem, ou o que faz
Mas sem futuro, sem chance, logo jaz
Batido passa sim, mas nunca desapercebido
Quando menos se espera, já era, tá resumido
Sua cota expirou, malandro subiu
Pra resolver é rapidinho, um, dois, ninguém viu
Aí tio, quem é, é, não precisa falar
Discrição é o cartão de acesso pra poder chegar
Aqui ou lá, pode acreditar, em qualquer lugar, ha
Pra ser respeitado, tem que saber respeitar
Porém quem é muito pá e gosta de humilhar os outros
É, mais cedo ou mais tarde recebe o troco
Aos poucos ou não, mas geralmente, irmão
O castigo desses bico vem de avião
A lei da natureza é cabulosa, bandoleiro
E deus é poderoso, conexão do morro cantou, afirmou
E eu concordo parceiro
Sem deus pra te guiar é como tá sem dinheiro
Pra onde ir, que caminho seguir, diz pra mim?
Na selva de pedra é assim, é assim