[Letra de "Do Alto do Morro" ft. Cesar MC & DK47]
[Intro: Xamã]
Beat é do Jogzz, cabeçada do Zidane
[Verso 1: DK47]
Eu travei uma guerra pela paz
Só que todas minhas armas padeceram
Batalhei contra o racismo e o preconceito
Meus inimigos cada vez mais se cresceram
Eu lutei contra essa desigualdade
E na hora do combate esses covarde nos venceram
Mas a maior vitória da minha vida
Foi ir pra guerra do lado dos que perderam
E eu sempre cresço toda vez que eu perco
Agradeço, eu ganho mais do que mereço
Muita gente quer ter o pouco que eu tenho
Mas sem tá disposto a pagar o preço
Quando João chega pra mim e fala de Pedro
Eu sei mais de João do que sei de Pedro
E se eu tenho um pão e tu não tem nenhum
A partir de agora nós dois tem meio
Tô mandando bomba pelo seu e-mail
Tu não tá aguentando, então por que tu veio?
A vida sempre vai ser uma escola
Que eu tô de castigo na hora do recreio
Esses cara 'tão falando que eu pareço ser ladrão
Mas tem um montão de burguês que eu conheço
Que nem aparenta ser as coisa que eles são
Mas são tudo aquilo que eu apenas só pareço
Rap game é um video game que eu não pude ter
Porque me falaram que perder também faz parte
No The King of Fighters eu só jogava com Rugal
E Roberto Carlos eu só botava no ataque
Vi o hip-hop como um movimento sério
Eu vi a oportunidade de um dia fazer parte
Com muito esforço eu consegui o meu espaço
E vocês transformaram essa porra num stand-up
Bota os ADL pra poder estourar os grave
Bota o meu verso pra poder pedir a greve
E não adianta, vocês pode ficar bravo
Que eu te garanto que nós vai se ver em breve
Bota uma coisa na cabeça dos moleque
Que não se resolve só as coisa com revólver
Vê se não se envolve que o final do filme é triste
Quando eu mando o rap é pra poder te dar um spoiler
[Refrão: Cesar MC]
Vagabundo, eu vejo tudo do alto do morro
Do alto do morro
Vagabundo, eu vejo tudo do alto do morro
Vagabundo, eu vejo tudo do alto do morro
Vagabundo, eu vejo
Vagabundo, eu vejo
Vagabundo, eu vejo tudo do alto do morro
Do alto do morro, do alto do morro
Vagabundo, eu vejo tudo do alto do morro
Do alto do morro, do alto do morro
Vagabundo, eu vejo tudo do alto do morro
Do alto do morro
Vagabundo, eu vejo
Eu vejo tudo do alto do morro
[Verso 2: Cesar MC]
Yeah, diretamente de algum gueto de Paris, de Paris? Sim, Paris
Não tô brincando, mano, eu não sou Jim Carrey
Realmente, mano, eu tô rimando de Paris
Quando pequeno eu via "N***as in Paris"
Kanye e JAY-Z botando fogo em Paris
Do Morro do Quadro pra Paris
Hoje o gueto brinda, mais um n***a in Paris
Bem-vindo a mais um rap chato que hoje o pai tá chato
Com uns assunto chato pra poder dizer
Do vazio no prato ao sangue no asfalto
Nosso anonimato quem vai socorrer?
Nossas mãos pro alto, falso desacato
O que define o fato? O abuso de poder
Fotografei com fatos, esse é meu retrato
Tá achando chato? Então é pra você
Igual baqueta e prato, eu boto pra tremer
Pois quem não vive o fato nunca vai entender
Sangue não é boato, eu sei, nunca vai ser
Igual baqueta e prato, eu boto pra tremer
Empatia é o que diferencia
Quem pode enxergar de quem só pode ver
E se pôr no lugar te faz considerar
O que o falso moralismo impede de aprender
Pois meritocracia é uma farsa, farsa
Não se aplaude taça levantada com sangue de ancestrais
A Lei Áurea, é claro, não equilibrou
Essa corrida ensanguentada de largadas desiguais
Se morremos eles dizem: "Não correu"
Se falhamos, eles dizem: "Corre mais"
E toda vez que a favela produz um Bolt
Eles afirmam esse discurso que basta correr atrás