[Verso 1: Tilt]
Eu não curto de MCs que falam de droga, só por isso
Só pa' te irritar, eu 'tou tão alto
Que se me deixar dormir acordo no telhado
ORTEUM é a minha crew tudo bem contado
Sem pontas soltas com ganzas pa' fumar
Esperança de bazar
Preso à gravidade deste sitio
Com sorte perceber a morte ao abandonar o físico
Sou um hippie com tique de fumar o típico
Sem vender a alma e enriquecer o espírito
Calma, 'tás na sauna poros dilatam
Aqui só vejo porcos e matam
Sem esperança
Arte da paciência porque eu tenho mortalhas para ganza
Carta com a ciência
Cala-te, se não te mancas que eles já têm as curas de doenças
Veem morrer crianças
Industria farmacêutica a dar pa' terapeuta
A disparar os comprimidos
Hey oh eu morro neste regime onda mais nada é justo
A não ser leggings imposturice não me fodam
Deixei de falar droga e por isso não me compram
Dizem que a verdade dói por isso não me contam boy
Não quero ser o chavalo de ferro que atropelou o comboio
Por apenas estar quieto mano
Cada um tem o seu Vietname
Misturado com produtos e reclames
A viver o stress, meter o inferno no nosso alcance
Em esperança de ver um equilíbrio na balança
Segue, vida corre rápido e tu na passadeira do ginásio
A puxar pelo bícep à espera de ser pisado
Pelo maior inseto da cidade
Pensa melhor e sendo assim dá
Pa' morres mais tarde
Já que 'tás numa de evitar falas e desviar balas
Neo a guiar um Clio
Enfrentar a realidade
Mamar comprimidos até mancar o frasco vazio
[Verso 2: Mascarenhas]
Esperei uma aliança
Contigo com confiança
Senti senti mudança
Alimentado pela esperança
Deixa me conversar
Só quero respirar
Mandar versos p'o ar
Já não consigo, é esperar
Tenho o coração colado
E agora já não parto, já não arde
Esperar é virtude, faz parte da minha arte
Não te deixo à parte
Ficas à parte se entrares na novela
Se eu te fechar à porta, eu abro-te a janela
Tens de esperar é preciso ter calma
Ando agarrado à esperança companheiro da minha alma
Eu trouxe-te a verdade da qual tu deturpavas
Se não tivesses esperança, então porque lutavas?
São motivos e argumentos que não são descartáveis
Só tenho esperança porque é o remédio dos miseráveis
Será este o meu posto será que era suposto
Só me resta a esperança porque ainda não pago imposto
Então eu lanço a lança pa' acertar na governança
É vingança pa' quem enche a pança
Rejeita a balança
Eu já não quero a taça
Só apelo pela mudança e devolvam-me a esperança
[Verso 3: Nero]
Respiro fundo numa nuvem de fumo
Já é costume brother enrola e dá lume
Não queiras brasa man enconsta-te ao fundo
Chegas armado em Shakur olhas à volta és só tu
Putos a partir no rap qual é a crew tu sabes
A moca tarda mas não falha em busca dos culpados
Agarra traz a tua tropa e mais cobardes
ORTEUM a fazer fumo e a mandar abaixo grades
Tudo a rapar o tacho claro
E não venhas cantar de galo
A tua hora 'tá a chegar
Ya não passes cá
Aqui tudo o vento leva
Fome surge à pala da crise ou tempos de seca
Mete o capucho trepa pela saída mais fácil
A vida é foda e eu só quero guita mais rápido
Birras no parque, rimas no quarto
Agarro no lápis
Descanso por um segundo e a vida passa num ápice