L-ALI (PRT)
Caimbra
[Intro]
Indícios...

[Verso 1]
Realidade cansa, indícios
Não há ganza ao domicílio
Tenho de ir a outro sítio
Não há janelas no meu quarto
Aqui não há desperdício
Um quarto do que fumo é aproveitado noutro ciclo
Passivo, como eu ando sem grande motivação
Consigo ver as paredes encurtar centímetros
'Tou a crescer e o casulo já não me serve
Eu sinto que a larva ganhou asas e quer voar deste sítio
Que lhe amparou as falhas sem julgar este risco
Tem talento para as merdas, mas preocupar-se: o mínimo
Desmotivado anímico, denominado satírico
Sentado sentindo, sentado convicto
A contar os dias em que só posso contar comigo
A contar com o dia em que posses são mais que mil

[Verso 2]
A viver a vida na merda, mas é merda consistente
No pensamento eu calço quebras
E levo o inconsciente
Falar de queijo Fetta no beat que te infeta
O pâncreas com tétano, nem detetas às tantas
As voltas que a vida dá
Sou um porco-da-Índia a correr a roda da gaiola
P'ra subir na casta
A desencadear cadeados faciais enquanto tranco caras
Sou pesticida, panco, pára
Agreste a língua porque sou trigo limpo
São as rimas que da farinha não amparo
Tenho faro para as linhas, quando as alinho não paro
Forrest Gump sem caixa de chocolates
Há uns anos que só lhes sinto o travo amargo
Só porque bato a amar com o coração de pedra
Desde o início, por ser cobarde
Até te oferecia um colar de pedras, mas perdi o fio do raciocínio
Acho que faz parte, sou bipolar
Não sou nada
Às vezes penso que não, mas acho que sim
Só há um bocado é da pedrada
O álbum vem daqui
(Do nada)
[Outro]
Finge que não sabes quem sou quando sempre cá estive
Produtores pedem-me mais genica, mas essa eu nunca tive
Pensavam que o novo vinha com guita, mas nunca a tive
Querem entrar no jogo
Quero a minha...
E isto foi um bocado de...
Bolachas, bolachas de novo, como sempre
São indícios

Mah merda