1LUM3
Não Paro
[Verso 1: Tadeu Msour]
É foda ouvir um não naquilo que eu queria tanto um sim
Uma janela que ventila todo ambiente
De céu aberto, números são somente substâncias
Mas a mente se antecipa, inevitavelmente
Corpo consciente em busca de bem estar
Nada gramatical, ser humano imoral
Símbolos não se explicam, somente se revelam
Se for pra te tocar superficialmente, nem esticarei a minha mão
Nem serei um perfumista buscando notas no aroma
Amigos que moram longe são saudades que moram perto
Aonde vai o silêncio quando deixamos de dizer
Pra alguém que está por perto, tão perto, tão perto, tão perto...?

[Verso 2: 1LUM3]
Senti o peso da palavra, que destrava
O amargo da boca e o doce do trago
O sentido do afago que encosta no rosto
E eu nem sinto nada, minha fala desagua
Na sua garganta, na sua garrafa
Na sua garrafa
Sorrindo pro mundo, escutando tudo
Me sentindo capa, sendo conteúdo
Me deixa no escuro
Não tente entender o obscuro em mim
Não, não, não, não
Não, não, não, não
Fui anti-herói, fui cocaína
Fui o lixo em frente à porta
Fui o lixo, fui a porta, estive morta
Mas ressuscito no terceiro dia
Eu não paro não, eu não paro não
Não, não, não, não
Eu não paro não, eu não paro não
Não, não, não, não
Eu não paro não, eu não paro não
[Verso 3: Eloy Polemico]
Eu já continuei só pra provar algum ponto
Eu fiz tantas perguntas, nunca dei um desconto
Duvide e tu verá que eu surpreendo
Não paro, eu não me rendo
Processo artístico que nunca tá pronto
É doce ver a face de indignação
De quem deu validade pra minha poesia
Eu finjo demência, eu não aceito clemência
Eu sei que vou viver pra sempre sem criogenia
Parado fica quem tem tempo, eu tô além: não gasto
She's working at the pyramid, esse é o plano nefasto
Ouvi que agora é só o que importa
Seus erros na bota, cobrança na porta
Problemas são tipo um vírus

[Verso 4: Sergio Estranho]
Eu pedi pra parar, só que não deu certo
Ansiedade é o mal do século
Inquieto, cérebro incrédulo
Não paro, nem tenho controle
Um jogo em dois consoles, na pole
Pneu careca de saber os perigos dessas curvas
Encaixe como a luva que encaixa com a voz
Igual a lua e o lobo uiva
Coração veloz como alguém que espera a noiva
Novas novidades, tudo igual, mas eu não paro
Mesmo se quisesse, não consigo e tudo cairá
Outra liberdade, é muito bom quebrar o hábito
Tudo ruirá e meu talento sempre intacto
Fogo nessa Babylon, Hiroshima, Bagdá
Bombas e balões, um novo início sempre surgirá
Te ver e não te querer, impossível rejeitar
Já disse que eu não paro
Bola mais um pra aguentar