NERO
MAÇONARIA DAS RUAS
[Intro: Nero]
Nunca serei submetido a eles porque só em mim meu ego submerge
Mergulho nas águas gélidas do peito
E essas linhas me ferem e me aquecem

[Verso 1: Nero]
Sem crenças nem preces, Nero transparece
Na sombra da noite quem eh que aparece?
A chama me superaquece, o bem e o mal me descreve
Descarto seu comentário, nesse mundo sou usufrutuário
Tô bem distante de estar errado

O fruto não é um bem materializado
Ele tá criptografado no meu diário
Vocês me enxergam (sim) quando eu achar necessário
Com a insegurança mantenho a algum tempo um caso

Ela manipuladora e destrói tudo o que eu faço
Me dá tapa na cara, me chama de safado
Diz que se excita mais quando eu fico por baixo sofrendo maus-tratos
Pra dar a luz ao rap abstrato
O filho bastardo que a dor do abandono não mais aguenta
Também trabalha aquele que se ausenta
A noite chega com ela trazendo com ela o caos e a tormenta

Tem atitude e quem fica em silêncio se enfrenta
Minha filha Aurora vai crescer revolucionária e armada de .50
Pra mente manipulada que sofre com gastrite, eu sou a pior pimenta
Muito mais que aparência ou vestimenta
PÓSGRITO é dose excessiva de psicose, alvoroços, neuroses...
No meu interno só resta os destroços
Já não me resta mais calma
Procure refúgio em vossa alma
Anjos caídos ostentando novas asas
Vivemos no inferno exilados á nossa casca
Foi-se o tempo em que minhas crises existenciais eram desperdiçadas

A arte existe porque a vida em si não basta
A arte ultimamente anda secando todas minhas lágrimas
E olhe que já está desgastada a minha retinta
Só queria que minha rotina fosse fumar haxi' e beber codeína Escultando Pink Floyd

Ando batendo nos racista da mesma forma que Floyd
Marca a cara do McGregor
Minhas lágrimas queimam mais que o magma do inferno
Mas pelo menos agora me sinto liberto, do sono desperto
Alegro como oásis no meio do deserto
Mato minha sede com o choro umedecendo seu chão
Onde toda vida nasce do caos e da destruição
Sinto o tecido do meu universo em expansão
Posso te afirma que é o estilhaço depois da explosão

Televisão, saturação
Fluxo de vida, isso me irrita
O deus católico é sádico e terrorista
Gritos de socorro escondidos na escrita
E os segredos do mundo enterrados com Nero na cripta
[Verso 2: MONARKILL]
Aterrando buracos do mercado negro
Livre venda de ogivas pra todas eixos
Reprodução do medo
O que te deixa ainda aceso?

A indústria costura sua boca e seus dedos
Foto-cópias de humanos em funcionamento
Códigos de barra em cada cerebelo

Psicóticas almas rastejam
Dançando com o capitalismo, queimando dinheiro
Fuja de ser seu próprio cativeiro
Se interne em si mesmo

Até seu coma te despertar
Os seus aparelhos impedirei de alguém desligar
Tiroteios servem de fúnebres orquestras sinfônicas
Meninos que encontram mais cedo, além das esquinas e vielas
Usam instrumentos compostos de notas bélicas
Idas esotéricas ao se ausentar dessa terra
Gravidade quebrando pernas

Afogando deuses no Mediterrâneo
Tõ disgraçado igual Sísifo
PÓSGRITO é o berro depois do gatilho
Fogo em viaturas pra sermos todos iluminados
Lean pros meus poetas é sangue de capitão do mato, de fato
Esse mundo é uma droga
O sentido dele pode ser a DEA ou o centro de reabilitação

Aniquilando semelhantes no rap game
Salve Dorothea Puente
Malditos espíritos introduzidos no meu time
Não existe trepanação que os exorcize
Não existe trepanação que os exorcize, porra

[Verso 3: MM]
A vida é uma cachaça, não vou desperdiçar
Cada dose é um dia pra reanimar
Cigarros e baseados são momentos (são momentos)
Viva o presente que essa cachaça acaba com o tempo
Amanhã mais uma dose

Previsível, sim
No termo apocalíptico, fim
Corrosivo a rebeldia, abrir as grades com as chave de Muhammad
Classes e fases
Fases, passa
Classes valem
Sangue no cálice mas não cale-se
Vem o previsto do paraíso a kemet, grito
O eco é o trilho

Solos férteis, produzindo somos os répteis desse conflito
Elevação de ativismo urbano mudando o senso sonso
Nem tenho mais sono e tenho muitos sonhos
Autenticando cromossomos
Somos filhos do céu e da terra transando
Que trouxe esse canto de Cronos

As leis, as causas
Judas armando ciladas
PT destravada
Bala de lá e de cá
O bang de gangue, alvejar
Quem tem dispô' vai me esperar escrevendo numa conta pra a gente cobrar
A volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar

Morena louca da cabeça aos seus pés
Tô colecionando curvas nos reflexos, nas marés profundas
Tô colecionando luas, a alma flutua
Onde fomos, loucura
Onde estamos, assusta
Onde vamos? procura
Sangue na blusa
Assassinatos em série de roleta russa

Fumando Trevo nem é da sorte
Mundo bruxo de arte e magia, Van Gogh e Harry Potter
Tô adorando ser o vilão de vocês: Voldemort
Meu animal de estimação de estimação, basilisco lorde
Pra te petrificar e dar pros noia fumar
Sua estátua em choque

[Saída]
Nesse critério tô esperando a Batalha do Ministério
Nesse critério tô esperando a Batalha do Ministério
Nesse critério tô esperando a Batalha do Ministério
Nesse critério tô esperando a Batalha do Ministério
PÓSGRITO
A Firma 071