[Letra de "Pontos de Vista"]
[Verso 1: Nero]
O mundo é escuro, pintado a tons de cinza
Até ao dia em que algo surge p'ra dar cor à tua vida
Como um arco-íris, sem noção de tempo ou espaço físico
Ainda mal te vi, mas já sei que sou tua filha
Vi que me trazes p'ra um lugar onde a cobiça reina
E onde é sempre aos mais pequenos que a justiça queima
"Encantado, mascarado ou maquilhado
Disfarçado p'ra camuflar a verdade"
Foi o que disse a mãe
'Tão todos a olhar especados e eu nem disse asneiras
Não há presa p'a crescer disso eu sei, mas...
Coisas sérias pra mim são brincadeiras
Descobrir o que são dissabores, experimentar disso a meias
Ver a diferença naquilo que se assemelha
Aprender que nem sempre se colhe o que se semeia
Conserva a minha inocência e deixa-me ter esperança
Eu tenho tempo p'ra tudo...
Agora só quero ser criança
[Refrão: Nero & TILT]
Se o mundo é isto, abranda
A vida dá-te quedas, mas arrisca, anda
Às vezes cais, tropeças, até juntar as peças
Tentas parar, mas essas são a raiz da planta
E um dia a semente morre, p'ra que algo brote e cresça
Floresça a ver o mundo confuso, fica na mesma
Sem noção de fim do mês, deveres, guita na mesa
Germina pensa, brinca longe da rotina tensa
[Verso 2: TILT]
Daqui debaixo é tudo grande
O meu pai é um arranha-céus andante que vejo de vez em quando, quando aí caminho
Não sei se acompanhas, pessoas ficam estranhas
Mobílias não são montanha, e a tendência é: "Cresce!"
Dinheiro deve ser importante
Discutem pelo dinheiro e gritam tanto
É caso de vida ou morte ou é paranoia
Errante, sinto que ainda sou pequeno p'a esta estupidez gigante
Temo não ser o me'mo que vê este movimento insano
Temo saber o que ser quando for grande
Temo ser uma agulha na pilha gigante de feno
Hei de deixar de ver o detalhe, é provável
Ir p'ra esse trabalho para onde tu vais miserável
Impermeável ao veneno p'ra já
Mas sou pequeno p'ra já
Por isso manda o sereno para cá
Ele é bem-vindo
Agradecido pelo que tenho
Nesse teu tamanho é estranho
Mas cá em baixo faz sentido
[Refrão: Nero & TILT]
Se o mundo é isto abranda...
A vida dá-te quedas, mas arrisca, anda
Às vezes cais, tropeças, até juntar as peças
Tentas parar, mas essas são a raiz da planta
E um dia a semente morre, p'ra que algo brote e cresça
Floresça a ver o mundo confuso, fica na mesma
Sem noção de fim do mês, deveres, guita na mesa
Germina pensa, brinca longe da rotina tensa
Se o mundo é isto, abranda
A vida dá-te quedas, mas arrisca, anda
Às vezes cais, tropeças, até juntar as peças
Tentas parar, mas essas são a raiz da planta
[Outro: Bárbara Nero]
O meu pai não sabe nadar, yeah
Tio TILT não sabe nadar, yeah
Tio Mass não sabe nadar, yeah
Metamorfiko não sabe nadar, yeah