Deixa-me simplificar
Eu vivo assim para decidir mais tarde
Eu não sei no que é que me vou tornar
Hoje acordei e enfiei um saco na cabeça
Não sufoquei pois era um bom saco de erva
Às vezes acontece o que queres que aconteça
E acabam-se os dramas que fazes nas tuas letras
O objectivo aqui é perceber o homem
Que mata o mosquito, e eu certifico-me de que eles o comem
Tu não és tu, és só um bocado de humanidade
E de facto parece mentira se não houver uma unidade
Quando ‘tiveres farto de ti, arranjas mais para pensar
E dás uma parte de ti a outro lado da guerra
Compreendo o mais nojento, a laia pode ser a mesma
Mas eles pensam nas palavras, e a minha palavra pensa
Que um dia vamos andar na rua nus
Entramos à pica numa nave que vai para outro mundo
E até lá como terrestre apenas cavo fundo e cago
Para quem tem medo deste buraco de profundidade
Deixa-me simplificar
Eu vivo assim para decidir mais tarde
Eu não sei no que é que me vou tornar
Acabo a vender o cu, ou vou ser um bicho raro!
Um tiro nos cornos pode ser uma solução
Se achas que é para teu bem, dou-te toda a liberdade
Eu fico cá, conforme a forma de me conformar
Sinto um dever a chamar-me e é mais urgente ainda
Sem visão para enriquecer, só quero uma vida
Aquelas que um gajo brinda