[Verso 1]
(Foda-se)
Mais uma espécie de desabafo, adiantar o atraso
Eu sei que não sei nada mas a maioria sabe
Dá-me só o feedback se percebes onde queres chegar
Ou dar o meu contributo pa algo que ia ser verdade
Esmagar o tempo pensar pela apatia chegar a um nível
Saber justificar que tudo ainda é revisível
Ultrapassar o clássico, deixar de parte o passado
Diz ao professor para meter no quadro e que eu nunca vou passar
Enfrento o temporal no bosque, mas ao mesmo tempo foge-me
Uma ideia de voltar para o meu apartamento
Só penso se fosse bom não tinha que passar por isto
A cena é que pra essa gente eu penso logo fingem que eu não existo
Até já me deram comprimidos de propósito, só pra dizer que com a tiróide vai sempre tomar antibióticos
Vão todos dar um deles até lá que ninguém se mexa
Eu tou no Céu à procura do Inferno que é ter certezas
Por isso olá eu sou o Diogo e estou aqui de novo
Nunca quis ser um artista mas o rap penetrou-me
Estou com uma barriga enorme e o feto enervou-me
Sempre a dar pontapés, cuspi o gajo e agora tenho fome
Dorme eu acordo, lê enquanto escrevo
Vê um filme dos que eu vivo
Parte o ecrã, entra lá dentro e existe
Por momentos só uma vez
Os nossos tempos estão a ser marcados pelo bipolarismo
Mas nunca cedo vou apostar no amor, mesmo que este não dure para sempre
Não tou de volta à raíz voltei mesmo a ser semente
Crescimento replento quando saio de casa
Vejo que atrás tenho selva e à frente tenho estrada
Se o vinho envelhecer sozinho será que não se estraga?
"Será que importas-te de ser direto e parar com as metáforas?"
Tudo perguntas fodidas não quero responder a nada
Sei que isto vai dar merda mas o cheiro a merda lava-me
O cheiro a merda lava-me
O cheiro a merda lava-me
O cheiro a merda lava-me
[Verso 2]
E se é lava-me, leva-me e trata-me
Vivi cada frase desta parede riscada
Mas tá na altura de escrever uma bíblia sagrada
Não tenho credibilidade mas tenho lata
Leva-me, trata-me
Vivi cada frase da parede riscada
Mas tá na altura de escrever uma bíblia sagrada
Não tenho credibilidade mas tenho lata

[Outro]
Isto é pa quem pensa que viver é tar sempre a pensar na vida men
Um dia destes ainda pego num martelo e não paro enquanto não destruir os relógios todos do mundo men