Uno Consultório
Subir
[Verso 1]
De volta à caixa, à qual chamo casa
Estou quase a perder tudo
Não posso ter orgulho de nada
Veio-me uma luz em faixa
Lá estou eu com as metáforas
O improviso está fraco
Tenho de dar o toque ao TK
Ya, já tenho essa parte decorada
Agora falta tudo o que seja arte planeada
Se sabes onde eu estou porque é que não apareces?
Pego no carro e procuro-te todo cego a andar aos "s's"
Relaciono
Cago nisso, ligo ao Pilha, ao JP e ao Benny e faço este
Os mais próximos do meu nascimento
A raíz anda por aí, ele dá-me um beat
Escrevo mil rascunhos que nem servem para algo tão bonito
Está-me a faltar confiança
Um pouco de egotrip justificado
Falo com o Rott e já está resolvido
Animado, bebo mais uma e vou subir
De algum modo a despedir-me tipo que vou para um paraíso...
Estou a mentir

[Verso 2]
Mas agora o que é que faço
Como filho único de um deus
Que nem dá para acreditares
Sou um pseudo-tudo-o-que-represente
Sou quem precisa de um milagre
Cada vez descanso menos por já saber estar isolado
É doentio ver-me de fora num processo destrutivo
Vejo-te a beber para esquecer
E eu sem beber porque me esqueci até disso
Até não saber porquê a fé diz
Que ela própria é uma voz que eu imagino
Num momento
Quando estou mais fodido
Quando até acredito não num deus
Mas que pelo menos não vou acabar aqui
Quando ’tou feliz agradeço, tipo que é suficiente
Escrever para um som intenso
Eu sei que é um bocado infantil
Mas sou eu, amuo e não cresço
E até estou fixe se só contar com o futuro e o presente
Pensei que fosse necessário bazar dali
Agora não vejo um destino
Porque essa paz está em mim