Uno Consultório
Sem Kilómetros à Nora
[Letra de "Sem Kilómetros à Nora "]
[Verso 1: Benny Broker]
É preciso pulmão e concentração
Queijas fuma até ao cartão
Quantas vezes já pensei, já queimei (ya, essa dura dura)
Ya eu sei, fumo mais de mil
Já me lembrei de beber até não me lembrar
Memória de peixe
Já nem sei se sei, sei que não sei
E o tempo está contado
Os minutos é o conteúdo
E hoje tive todo dia pa' ir para o estúdio
Problemas metem-sе à frente
Três da tarde passam para novе da noite, fica tarde
E é o ponteiro que me notifica, claro
Pronto, fiquei lá a bafar a tarde toda
Sem sair do mesmo sítio, ya que se foda
Só me mexi me’mo para comprar birras
Chocolate, hoje vou dar rimas
São onze e meia
'Tou a ir para o estúdio da avó do Uno
C’o Rott, a moca convidei-a
Vou cuspir p’os estúpidos dos mortos
Que ‘tão no fundo do copo
Não sabes quem é quem, nem 'tou sóbrio
A perguntar se tomo a droga adequada
Para seres tu próprio
Mas para seres tu próprio tens de estar sóbrio
Sócio, tu até acreditas, mas não percebes
Porque só visto
Só vivendo é que compreendes, homem
Conhecendo, enquanto não perceberes não és menos homem
Desde que não julgues nem apreendas matérias
Com estúpidas ínfimas opiniões
Ou aprendes com a vida, que é a última professora
A última fila de opções
[Verso 2: Uno]
O teu medo reencarna facilmente
A cara ‘tá a apodrecer
Mas cuidado se não és tu
Lá fui aprender com o erro
Agora todo fodido a rir enquanto cometes o mesmo
Fica a dica se eu morrer aproximadamente no tempo
Demoro a encontrar felicidade permanente
Fico na cidade mais um tempo
Mijo no meio da estrada e estrago o ar com este fumo plantado
Implantar a lei não vai esconder que isto bate
Nada sabe bem? Eu também sei que sabes
Tu no som, e eu na esquadra, estamos ambos identificados
Caso a caso
Não é tanto, o que faço, só relaxo
Homem, já dá para imaginar se eu matasse
Os doentes que estão comigo
Não querem ser tratados
Nem há lugar para a consulta
Só o rap que ‘tá carregado
Calma, resolve-se com palavras
Dou-te um tiro na boca, vindo do canhão que bafas
[Verso 3: Rott]
Põe-me em teste
Público, queres cuspo é? Ya tenho um leque múltiplo
Sinceramente ando a achar o rap estúpido
Sou uma peste
Não presto, mano eu detesto
Num gesto honesto, repleto de interesse
Se és desses, vê-se como MS-13
Sais daqui com cortes (morte)
É mesmo esse preço
Nó de forca
[Expresso o nome?] nessa corda
Então vê se acordas
Ayo Jack é um pesadelo que anda preso a nós, mano
Não notas que os meus brothas são tropas do mato
Não gostas sa foda mete à borda do prato
Eu só digo obrigado pelo ódio dado
É um prazer fazer rap sem ser ignorado
Enquanto encaixo guns
Punchs trago as mais chocantes
Tenho o mundo na cabeça
Ganza bate em quatro cantos
Acho que antes é que eram bons
Mas mais que antes
Nos sons somos tantos manos, tamos já distantes