Uno Consultório
Livre
[Intro]
3 da manhã no Alentejo profundo
César gira me uma que eu sou livre
5 da manhã, no cais do Sodré profundo
Chico enche o copo que eu sou livre

[Refrão]
Livre, livre, livre, mano enche o copo tu és livre
Vivo livre, livre, livre
Mano enche me o copo eu sou livre
Vivo livre, livre ,livre
Mano queima a casa tu és livre
Seja como for sempre um gajo vive
Mesmo morto no ativo, no além desaparecido
A alma existe e corre livre

[Verso]
Arranco na viagem já de pernas cortadas
Meto me a fazer o pino e faço das mãos patas
Sou solto no dia em que não me misturarem com as gravatas
Que vendem os membros inferiores
E mesmo assim andam de gatas
Mesmo que te batas, não foges à questão
Não olvides que partilhamos a prisão
Eu tu e o resto da nação, fechados nesta casa dos horrores
A partilhar ar com usurpadores, morte aos traidores
Bendito o dia que sai, abri a porta e vi o que a terra tinha para mim
Nunca respirar soube tão be
Nunca andar soube tão bem
Nunca existir foi o meio e não o fim
Mas podia andar assim
A rolar no escombro, do espectro da sombra
Da noite sem matilha a queimar a sapatilha
É muito fogo na braguilha ou a cabeça que fervilha
Ao tomar esta bastilha
Finalmente derrubei a aparente, clausura da mente
E tudo surge de repente
Sou livre, como a água que corre pelo corpo
Livre como o peão fora do jogo
Perdi mas siga
Estou fora e ganhei noutra vida
Existência repartida elogia a energia
Que não será contida, e quando te perdes sem procurar saída
Entregas-te ao desígnio do universo que te cria
E eu já sabia, soube te bem o espaço, a mim também
Corro com leves vigas de aço mas em terras de outrém
No entanto nada pesa, a pegada léguas atravessa
Comi mundo e meio sem encetar a travessa
Fiz essa com as , promessas e pretas inscritas nas grilhetas
Que saíram do corpo quando as mãos ficaram negras
Antes eram problemas, agora vivo livre, de esquemas
[Bridge]
3 da manhã no Alentejo profundo
César gira me uma que eu sou livre
5 da manhã, no cais do Sodré profundo
Chico enche o copo que eu sou livre
7 da manhã, o carregado é o mundo
Uno faz o beat que eu sou livre
No dia de amanhã, acaba-se o assunto
Porque posso quero porque sou

[Refrão]
Livre, livre, livre, mano enche o copo tu és livre
Vivo livre, livre, livre
Mano enche me o copo eu sou livre
Vivo livre, livre, livre
Mano queima a casa tu és livre
Seja como for sempre um gajo vive
Mesmo morto no ativo, no além desaparecido
A alma existe e corre livre