[Letra de "Trendinites" ft. Uno, Benny Broker & Farrusco]
[Verso 1: Animal]
Cospe a tua truta, moda limpa a lupa
Sigo a minha trend de maneira mais astuta
Gosto a ponto de odiar o resto
Logo a olho ponho dreads a fazer o créu
Tchiki-bléu, acendo o meu beck
Sê sincero, é só isso que eu te peço
Arrasa na vida, nunca mais fui o mesmo
Depois do primeiro som, tive outros como exemplo
A graça da rima, muda muito pelo selo
Só uns quantos anos e já 'tás no modelo
Mas 'tá-se bem, até curto, até fumo
Até luto, até escuto, até rebobinam isto tudo
É 'tá-se bem, vejo o fruto, sinto o fumo, ganda groove
Isto é puro, núpcias p'ra quem vem também
Ya, oops, foi de propósito
E se curtirem, epá, deixem depósito
Um gajo vive do ar cheio de dicas na cabeça
O que trago p'ra te dar é um gesto de gentileza
[Verso 2: Uno]
Como a esfera sem [posse?], arrisco na minha trend
Tive que me mexer, não merecem que eu diga greve, nem o meu trabalho
Mesmo assim há aquela parte que é p'ra eles
Os da grande tendência, a nossa não tem nada a ver
Mas somos minoria agora, e amanhã não sabemos
Arte não reconhecida, isso deu g'andas voltas, acreditem
Deixem p'ra quem se faz de vítima
Opinem outras merdas, com essas não 'tou preocupado
Sou dono do meu [marketing?], p'ra mim é o melhor que há
Vou-me atirar p'ó poço quando 'tiverem cá em cima
Tenho de me armar em ninja com os ratos que vão odiar
Quando o cimento for pó e 'tiver tudo espalhado
Mas ligação com a realidade porque os temos nos olhos
Não percebemos o que a malta escolhe
Às vezes compro garrafas só p'a me darem tremoços
[Verso 3: Benny Broker]
E a tendência é piorar
Vender a Playstation, e os CDs são p'ra dar
Com cerveja sem álcool e CBD tão pedrados
Só quero saber se vão pagar, é que eu 'tou pragado
A ir p'ra França outra vez trabalhar
Que esta balança 'tá-me a querer enganar
A ver o peso a aumentar e eu a pensar
Preferes seguir o pensamento ou o rasto deste
E saber de onde vem p'ra ver p'ra onde vai o mesmo
Aqui não há erros, imagina não morreres
Isso era um dos grandes e nem era teu
Ou és ateu? Eu acredito em ti
Não curto lavar roupa, tomo banho vestido
Aproveito tipo pequeno-almoço antes de dormir
Não seguir, seguimento, não o vi
Mas 'tamos aí na via láctea com queda p'ra isto
Por isso é que eu caí, com a vida ameaçada
Até que eu me inclino
[Verso 4: Farrusco]
Já não quero a estala, dá-me uma estalada
Na ria que eu nadava, há canoas sem nada
Vim gastar as unhas que o gel aqui não pagas
Aqui não falas alto, já te limaram as garras
Tipo uma avestruz, tu nunca dás uso às asas
(Se eu rimasse um beat trap, aposto que já partilhavas)
Um cão só tem valor, se do [louvor?] ele tiver raça
Chego ao campo contente se hoje for tempo de caça
Rota desimpedida, mas trago a visão baça
Depois da mordida, deixo-te a roupa estragada
Tremendo borra-botas, até a cueca 'tá manchada
Carregas a tua dívida até a troca ser paga
Vou rimar até ser brega ou até chegar a Braga?
Achas que alguém me pega? Eu acho que ninguém me agarra
Ninguém sabe, ninguém estraga, mas se a barra for cansada
Não tens entrada na farra, rap da cara lavada
(Na cara uma lambada, a casa 'tá assombrada
Habibi queria chave, mas traz a casa arrombada)
[Verso 5: Cevas]
Na minha imaturidade, eu só dizia: "Quero isto"
Visto que viver na falha é aprender à Jesus Cristo
[Misto?] da vivência p'ra estar aqui vivo por escrito
Oralidade é máxima, sem lástima, existo
Vivo cada segundo a ser único, aqui me estico
Assim me fico, estendo a toalha modo piquenique
No beat sick, albergo tudo em modo freaky, see
Sem rasta ou tatuagem no umbigo, digo-te
Que por vezes só preciso de uma apitadela
P'ra apimentar, aprimorar, com uma pitadela
Sem trela, numa trend bem manhosa
Que te altera os sentimentos e os desejos de só quem goza
Fodas é nesta, ao pensar que era isso, já não era honesta
Na batida p'ra matar ou só p'ra avantajar
Põe ketchup ou mostarda, acelera que nem motard