Estraca
Perspectiva
[Letra de "Perspetiva"]

[Verso 1]
Lanço mais uma track, beat, boombap na back, respect
Repete, 'tou fat, meu set na net embalado em pack
Nova gera do rap, moleque compete para cheque no leque
Volta Chullage e traz o Valete
Elite, não click, não feat, não kit na street
A transmitir aquilo que mais ninguém transmite
Palpite sentido, convite para eu ir, 'tas VIP
Rap é mais do que um bom refrão
Juntamente com um bom beat
Eu não herdei, lutei, tentei, ganhei
Pensei, sonhei e houve alturas que hesitei
Vacilei mas não parei, apreciei, estudei a lei
Sintonizei, meti no play o rádio velho que eu comprei
Eu estou ciente, conscientemente, loucura aparente
Espalhando a língua lusa de Itália ao Médio Oriente
Independente, diferente ou crente, com fé na vertente
Faço aquilo que ninguém fez
Com aquele rap que ninguém sente

[Refrão 1]
Bati no fundo, sim, calma um segundo
Ontem rimava no quarto, hoje nos palcos do mundo
E facundo, vagabundo, sim, calma um segundo
Respeito, amor e rap, coisas que nunca confundo
Bati no fundo, sim, calma um segundo
Ontem rimava no quarto, hoje nos palcos do mundo
E facundo, vagabundo, sim, calma um segundo
Respeito, amor e rap, coisas que nunca confundo

[Verso 2]
Vem com promessa, boa peça, não interessa, tanta pressa
Ainda tropeça, não stressa, boy, regressa
Fala, confessa, eu sou mais cabra do que a Vanessa
Tenho o meu produto à venda mas não vendo com conversa
Não sou tendência, nem sequer tenho aparência
Mas vivência, consciência, dando voz à minha essência
Excelência, experiência, dando voz à minha ausência
Sem ciência, paciência, transparência , persistência
Não sei, estás a sentir
Notei, estás a mentir
Tentei para conseguir
Ganhei a construir
A progredir e a cuspir, a evoluir sem competir
O que é meu ninguém me tira e o melhor estará para vir
Data agendada, mais um mail ou na estrada
Sem agente, minha voz por mim mesmo agenciada
Sem fachada, a sério "broda", sem cunhas na caminhada
O teu pouco para mim é muito porque ontem não tinha nada

[Refrão 2]
Só rimas pouco originais, todos com cara de mau
E com vidas ilegais
No rap a competir para ver quem vende mais
Iludindo a pitalhada para tocar em festivais
Só rimas pouco originais, todos com cara de mau
E com vidas ilegais
No rap a competir para ver quem vende mais
Iludindo a pitalhada para tocar em festivais

[Verso 3]
Ainda sinto os arrepios, assobios e desafios
Pensamentos doentios, sombrios, levam desvios
Caguei nos elogios tardios, caguei nas views
Sem guita, sem nome, concertos vazios
Não compliques, não hesites, não duvides
Fala amor ou bandidagem, ou se não faz uns bons feats
Deixa-te de palpites, não me irrites, tem limites
Trabalhar juntando guita, comprar beats, fazer clips
Faz doer tar a fazer o que eu não queria fazer
Preferia fazer rap, trabalhar sem receber
Enriquecer basta ceder, basta querer e concorrer
É rimar aquilo que bate para o teu som poder vender
Tu querias e merecias, sentias o que fazias
Mas rap com conteúdo só abrange as minorias
Ontem eram terapias, rimas e melodias
Hoje é música vazia feita para mentes vazias

[Refrão 2]
Só rimas pouco originais, todos com cara de mau
E com vidas ilegais
No rap a competir para ver quem vende mais
Iludindo a pitalhada para tocar em festivais
Só rimas pouco originais, todos com cara de mau
E com vidas ilegais
No rap a competir para ver quem vende mais
Iludindo a pitalhada para tocar em festivais