Verso 1

Nave aérea rondando a área
Ideias pesadas de acordo com a carga
Poças de sangue, corpos na vala
Movimentando infâncias conturbardas

E assim
Crescemos, vivemos
E assim
Perdemos jovens talentos
Por fim
Vilões se tornam exemplo
Me vi
A frente do meu tempo

Eu tenho
Dívidas com os deuses
Aluguel atrasado ha alguns meses
Vários acabam enjaulados
Na fome das notas de peixe

Não terá negros enforcados ou acorrentados
Negros do topo cercado de ouro
Mas os cana aqui ainda mata por troco
A fonte dos desejos te leva direto no poço
Fiquem aí no hospício
Aqui na pista o bagulho ta toido
Somos a maioria caída nas esquinas
Mais uma mão chora ao ver o filho morto

Vivendo no submundo
Com seres subhumanos
É que eu vim lá do subúrbio
E aqui a desgraça vem em combo

Verso 2

Cuidado com os caminhos da vida
E com os caminhos do beco
Na terra onde não se aponta o dedo
A paz funciona depende do arrego

(É)

Eu sei bem o que eu carrego
Qualquer nota não paga meu preço
Vários se foram precocemente
Por se deixar levar pelo medo

Nós tá aqui não é a toa
Vida Brahma não é vida boa
Pelo governo nosso caminho é se matar de trabalhar
Ou formar e morrer na boca
E a solução é a fé
Nessa vida rigorosa
E hoje até MC
É profissão perigosa

Eles não passam da barricada
E eu já to com o pé na porta
Botando fogo no espaço geográfico
Eu vim pra fazer história

Eles querem igualdade a todos
Mas ainda me olham de lado
Isso aqui não é um assalto
Quer dizer, pode ser
To tomando teu espaço