[Intro: Simonal]
"Certa ocasião eu estava conversando com o meu anjo da guarda. Ele virou-se sério pra mim e disse: 'Simona, ou você vai ser vai ser alguém na vida, ou vai morrer crioulo, mesmo.'"

[Refrão: DBS]
Sei que é nóis que tá, Gordão
Quando os furas entram em ação
Levo daqui, ôôô
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
Os inimigos estão próximos

[Verso 1: DBS]
Sempre senti que o Biggie era o número um
'94, moleque, escutando "Big Poppa"
Belo sucesso, how
Gordão comanda o show
É pelo rap, moleque, que quero o pódio
Manicômio e Grammy
O que nós somos, moleque
Nós apostamos, no bagulho, esse arrependimento
Às vezes, ouço:
"Louco, o Gordão fracassou
Cadê o rap, o mano não revolucionou?"
Já fui traído, rapaz, a quem chamei de amor
Deita na cama, abro a porta, os inimigos
Depois de um beck bom
Vadia nua, how
E, à madrugada, pussy, morou?
Cabelo longo, enfim, um rabo enorme, e pim
E na web vira puta, é só você sair
O bang é monstro, eu sei que o bang é monstro
Dá minha, arma, caralho
Aproveita e acende outro
[Refrão: DBS]
Sei que é nóis que tá, Gordão
Quando os furas entram em ação
Levo daqui, ôô
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
Os inimigos estão próximos

[Verso 2: Emicida]
Ei, Gordão, mais do que se imagina
Puta nem sempre é mina
Quase caí com as trairagens, ó, girou uma fina
Calma do Buda, é osso ter mais ajuda
Pra não passar logo a lata no pescoço desses Judas
Deus nos acuda, não muda, é o que tem
O alvo, aqui, vai ser quem vencer
Sem pisar no crânio de ninguém
Puxaram assunto
Quantos deram a mão no caminho, "tamo junto"?
Quando foi ver, nóis 'tava sozinho
Caralho, sem rumo, direção
Porra, nós éramos uma família
E o que brilha é ofuscado na decepção
Esse é o mundão, várias fitas
Bagulho que até hoje 'cê lembra e não acredita
As vadias dando a sensação de que é pra sempre
As hienas rindo, tentando entrar na sua mente
A regra é clara e frisa:
Sai andando com os malotes (vai!)
Deixa eles acharem que roubaram sua brisa
[Refrão: DBS]
Sei que é nóis que tá, Gordão
Quando os furas entram em ação
Levo daqui, ôô
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
Os inimigos estão próximos

[Verso 3: DBS]
Um brinde a novos tempos
Obama não sei se vai representar
Mas é honra; pros pretos, história
São questões e atitudes
Que, enfim, não se discutem
Foda-se, é o neguinho
Anos 70, Simonal; fim de '90, foi o Xis
Limite é o céu, já dizia o som do Biggie
É claro que entendi
Uma geração que ia curtir
Tanto os porvas, quanto o crime
Querem dinheiro, neguinho
Porque nós, aqui, enfim, é um bom lugar
Que amor e humildade, é nóis
Segue em frente, ó
[Interlúdio: voz alterada]
Várias fitas, negão, Gordão Chefe
É nóis, molecote

[Continuação do verso 3: DBS]
Sei que é foda quando o sonho deixa de brilhar
E a mulher que vai embora, cansada de esperar
E aquilo que te fez feliz, agora te faz chorar
Te faz até duvidar das bênçãos, né, negão

[Refrão x2: DBS]
Sei que é nóis que tá, Gordão
Quando os furas entram em ação
Levo daqui, ôô
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
La-ri-la-ri-ra
Os inimigos estão próximos

[Outro: trechos de Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei]
"Um erro fatal."
"Retiraram os discos de catálogo."
"Virou um tabu."
"Eu não queria dar a pernada no cara, mas ele se plantou pra mim, né? Sentei-lhe a perna na cara."
"E fala: 'Sandra, eu não existo, 'cê quer coisa pior no mundo? Eu não existo na história da música brasileira.'"
"Quarenta anos! Vocês vão mexer em tudo outra vez?"
"Ele era um brilho no palco. Ele era o único artista internacional do Brasil."
"Um dia, eu falei isso, numa roda politicamente correta, assim, e eu falei: 'o maior cantor do Brasil foi o Simonal'. E aí, um certo desagrado, assim: 'não, não foi, não'. Eu falei assim: 'então, tá, quem?' Ficou sem resposta."
"Fodeu, o céu. Olha! Ohhh, yeaaahh..."
"Meu negócio é música! Eu não tô apto pra julgar o pensamento político-ideológico de ninguém, e nem a natureza humana."