Criolo
Morto Vivo
[Verso 1]
Morto vivo
Cafungue quer mais
Não vai roubar minha brisa
Dê um passo pra trás
Todo mundo é amigo
Até certo ponto
Eu não vou te deixar na mão
Mas me dá um desconto
Porque hoje
Não quero ouvir sofrimentos
Então hoje
Vai buscar o seu sustento
Começa hoje, vai, muda sua rotina
Dê um pouco mais de valor a sua vida
Ninguém, eu sei
Vai te passar o pano
Louco, largado na rua e desengano
Acabado
Essa é a verdade
Você próprio cheirou sua dignidade
Então
Qual, qual, qual é o objetivo?
Se acabar com o nariz vai cheirar pelo ouvido
A ajuda vem de onde menos se espera
E dentro de você há um poder que não enxerga
Eu sei
São coisas da vida
Mas com a lamentação não se ganha uma partida
Cheira tudo
E acaba no escuro
Deus não fez o homem pra viver nesse absurdo
É só um toque pra sair desse mundo
Porque se o pó é de primeira, de primeira você vai pro fundo
[Refrão x2]
Eu devia ter
Falado pra você
Das coisas que passei
E o quanto eu sofri
Só não sabia
Que iria acabar assim
Só não sabia
Que iria se acabar

[Verso 2]
A vida é bela
A gente é quem fode ela
Se acabar no pó, não vira, é sem comédia
Os irmãos
Que estão procurando ajuda
Não sou do sindicato, mas a luta continua
E vai seguindo
No passo do elefantinho
Se estruturar de novo leva tempo, meu amigo
Vai ter que vencer
A força da química
Driblar o preconceito e o respeito da família
Ter de volta
Todo esse carinho
O homem não é nada sem o amor dos seus filhos
Da mãe, do pai
Nossa, até me arrepia
Não vá abrir mão disso tudo na sua vida
É simples
E começa com uma frase
Pedir ajuda não é um ato covarde
Mais tarde
Colher novos frutos
Quem plantou coragem vai voar, ganhar um mundo
Na recuperação
Porque todo mundo erra
E quem não erra que atire a primeira pedra
Isso é tudo o que eu sempre quis
Ter de volta os irmãos fisgado pelo nariz
Isso é tudo o que eu sempre quis
Ter de volta os irmãos fisgado pelo nariz
[Refrão x2]