AaRON
O Verdadeiro Retorno do Maia Intergalatico
Guardião:
Vejo a estátua de Buda
tomo meu banho de arruda
mesmo não indo na igreja
minha Fé sempre me ajuda
minha imagem sauda seu eu interior
que é perfeito cheio de luz e amor
vejo a imagem do Jisso, uma reverencia
sem ódio e rancor, com muita paciência
É tanta ocorrência, tudo ilusão
nesse mundo fenomênico que é só uma dimensão
vejo a multiplicação de mãos para o alto
muita calma doutor, isso é Rap, não assalto
sem sobressalto, continuo meu caminho
um homem aprendendo a arte de ser um menino
vejo a multidão me sinto sozinho
no meio de milhões, um estranho no ninho
artificio fictício na mente dessa gente
fazendo com o que o ''ismo'' seja mais forte que a fé
em um ser onipotente
vejo a minha gente beirando a tragédia
minha consciência queima como nossa atmosfera
é a guerra do tráfico dentro do Vidigal
um grito de socorro quase visceral
abro a manchete sintonizo o canal
homem morto com 5 tiros, outro dia normal
fator natural para as mentes calejadas
aonde a honestidade ainda é alvo de piadas
vejo várias palavras grafitadas no viaduto
poetas, espoem seu amor ao invés do seu luto
pode se fingir de surdo
pra mim ta tudo bem
mas não reclama quando o governo se fingir também
Aaron:
Hegel, e o espírito absoluto com o povo caminham rumo a manifestação
pois há uma fila gigante pro precipício que depois do purgatório vão pra redenção
eu também, Guardião, vejo o povo chicoteado na senzala
dizem que a corda pele ainda importa mais
só que é vermelho o sangue de toda quebrada
e a alma é incolor antes das era coloniais
O amor de Krishna é igual ao de Alá
o ato de ajoelhar e se abrir é o que importa
Oxalá e Sidarta só o Amor pode salvar
mas abre a mente e o coração quando ele bater na porta
o espanhol oprime, de informação me armo
por cada roda de carimbó e de samba censurada
o revide pelos terreiros fechados
os barraco incendiado e os eventos de rap
que impediram nas quebradas
o poder do amor vai prevalecer
ele sobrepõe o amor pelo poder
vejo exércitos fanáticos em formação
projetando exterminação nas surdinas
século XXI trazendo a tona a nova inquisição
nas nossas matrizes afro, o regime israelita
sangue marajoara resquício de maia atemporal
preciso nem te lembrar que sou paraense doido
tem açaizero, resistência e samba no quintal
cabanagem eternamente no sangue do caboco
instalaram a guerra não declarada na tribo
uma "policia pacificadora" armada, vejo
a famosa democracia talvez seja mito e a velha
confusão achando que medo é respeito
vejo o cataclisma espiritual
tanques como nós, sem controle pegando fogo
o caos dobrando o demônio da idade penal
que daqui a um tempo aumentarão pra 21 de novo
apocalipse irmão, veja o que colhemos
o equinócio que acontece toda noite
o Maia desceu do céu a milênios
subiu na nave mas dentro de ti vive, até hoje...