Rashid
Sem Rédia
[Verso 1: Rashid]
Sem cagação de regra, meu discurso não é rédia
Fui no inferno e voltei, igual Dante, Divina Comédia
Suas ideia fede a Holiday, quem tá de fora quer opinar
Mas Rap não é Wikipédia
Tem vacilão que perde a linha
Enquanto você pode encontrar ouro nas minha
Orgulhoso, não tem a ver com marra, rigoroso
Não quero nada por sorte, o azar é dos preguiçoso
Mas se for só por audiência
Ai cê tá matando quem trampa tipo a Reforma da Previdência
Sei que egotrip é a tendência, mas eu teimo
Abdico do trono por acreditar no reino
No ano lírico, minha mira continua zika
Com sustância na lira pra matar essa larica
Minha vida é o que eu escrevo e vivo pra escrever
Porque todo mundo fala, mas nem todos têm algo a dizer
Mesmo antes dos CD, já tinha proceder
Verdade é conceder, missão de não ceder
Isso sem depender, tive que me exceder
Pra não bater a nave e me render
Não pelo ranking mas tamo subindo igual Dunk
Pra ficar na sua mente mais que os refrão de funk
E antes de aprender ler eu já fazia poesia
Porque não basta só ter letra se suas palavras forem vazias
[Refrão: Rashid]
Não é gastação de saliva, viva
Somos farol pros irmão a deriva, iva
Com a certeza que temos voz ativa
E verdade nos olhos pra fazer Coligações Expressivas
Não é gastação de saliva, viva
Somos farol pros irmão a deriva, iva
Com a certeza que temos voz ativa
E verdade nos olhos pra fazer Coligações Expressivas

[Verso 2: Rod]
Coligações 3 eu tava, então no 4 eu volto
Quando eu não tava ainda, eu escutava Diário de Bordo
Um reino utópico, ano trópico, Brasil um país exótico
Não fode, jo, ainda to decifrando os códigos
É o Rod, pow, se a morte for tão ruim e eu for o próximo
Eu volto em outra vida como todo filho pródigo
Eu aprendi não dar motivo às coisa negativa
Mente intuitiva, guia, como a mãe que guia a filha
Como a mão na guilhotina, ou as mulheres que dá vida, engravida
Deu eu com preso, informações que tu trafica
Sem média, que isso é sério
Sem rédea e sem castelo
Cês quer fuder, quem quer aprender
Com a reforma do Ensino Médio
[Verso 3: SPT]
Se depender de alguns, o rap morre
Se for bater de frente com a verdade enquanto uns corre
Eu to na quinta dose é vários porre
E poucos me socorre
Mas se o rap se afundar, deixa com nóis que nóis resolve
A ligação mais pesadelo do mercado
Caique fez a ponte, junto os melhor dos estado
Que tá deixando os bico preocupado
Não é bater de frente, porque cês já nasceram derrubado
Na net, tio, é sempre a mesma falação
Cês brigam pra ter mais dinheiro, não é minha missão
Aqui é um só caminho e pé no chão
Antes de ser do rap, eu sempre fui sincero com os irmão
Aqui nóis faz a parte que tem que ser feita
Enquanto os vacilão que tem status não respeita
Dinheiro só te faz comprar mais peita
Cês pode ter cifrão, e nós a dignidade perfeita

[Ponte: SPT]
Ouvi ditados que me causaram remorso
Já tive sonhos que me estremeceram os ossos
Mas sem dizer que esse futuro não é nosso
E quando nóis domina a cena, não tem pó, só
Ouvi ditados que me causaram remorsos
Já tive sonhos que me estremeceram os ossos
Mas sem dizer que esse futuro não é nosso
Mas sem dizer que esse futuro não é nosso
[Verso 4: Fuse]
Salivo ouro, alquimista desde o tempo
Em que as rimas eram prensadas da alma para a fita
Valorizo o que construo
Eu não destruo o que não é canção
Nunca tive um mc de apoio
O meu fantoche é o meu pulmão
Estou armado com o cérebro
O meu norte é magnético
Semeio em mim a mais poderosa máquina do século
Demência custa
Mas música é ciência médica acústica
Poetas sem poemas captam merda que assusta
Inspetor Mórbido
Trocaria a fama por um fogão
1 mc, 2 mc's , 3 mc's no chão
Sou monge, sem hábito, ábil
Na mental concentração
Mantenho a morte à vista
À distância de uma má decisão
Esta fábrica de ilusão
Há quem coma desilusão
A palavra é pólvora, provoca faísca
Que acorda o teu coração
Resistir ao retrocesso é meditar na evolução
A caneta é gatilho
Mas rappers agora apontam sem munição

[Verso 5: Mano Dose]
É nisso aqui que eu me liberto, é nisso que eu me entrego
Meu verso é desacato pro teu gigante ego
Um pilar do cenário, sou de ferro e concreto
Concretizo meu sonho, me exponho em cada verso
Que eu sou muito pra esse mundo, e pouco pro universo
O estilo é vagabundo e a cara é só progresso
Esse tal de topo eu subo, ignoro o regresso
Se for pra usar o punho, eu nocauteio o Aécio
Eu vou de ground pound
E nesse ring é peixe grande, tu não aguenta um round
Eu ando muito gangsta, saudade do underground
A minha vontade é fazer grana, chutar o balde
Eu sou do braza, porra, cerveja sem malte
O país é a fraude e se faltou grana pra fralda
Eu dou meu jeito, falta nada, nem que eu venda minha alma
Mas meu filho, não vai passar dificuldade
Eu vou dar tudo que eu não tive, eu nasci pobre de verdade
Agora entendo o Sant, sobre falar bobagem
Merda paga cachê, mas te prende nessa viagem
A carne é só passagem onde a alma fez sua hospedagem
O teu espírito é eterno, absorva essa mensagem
É sem massagem, pros pela que acha que é mais
A grana compra de tudo, mas não vai te trazer paz
Foda-se a paz
Já que teu intuito é ficar rico
Paga puta pros amigo
E acha que isso satisfaz

[Verso 6: Sid]
Escuta direito, eu não vim dispor de rebite de novo, cuzão
Enquanto o dinheiro trouxer liberdade
O trabalho vai significar prisão
Enquanto a escola servir pra você decorar conteúdo
Trabalho não te tornará um adulto
E o ciclo escolar será sempre, somente, ilusão
Vivemo o país do carnaval, Babilônia não é Bissau
Onde o saldo do povo tá sempre mal
E fumar maconha te torna legal
Onde beber cachaça antes de 12 anos de idade
Pro povo se torna normal
Formar na faculdade antes dos 25 de idade pro povo será irreal
(Caralho, mano, Sid é foda! Sempre rima ideologia)
Eu rimo somente o que é básico
Vocês que são burro e não sabe fazer poesia
Odeio quando vocês vem me falar que eu tenho o dom
(O Sid foi abençoado!)
Dom não existe, é desculpa que os fracos criaram
Pra tentar explicar os esforçados
Tu pode tentar me explicar, me decifrar, me entender
Vai levar essa vida toda, vai morrer sem saber, tio, vá se fuder
Fiz essa letra em cinco minutos, sem me exaltar nem me diminuir
Trampei pra caralho, voei como um raio
Quem trampa por si não vem de mimimi

[Refrão: Rashid]
Não é gastação de saliva, viva
Somos farol pros irmão a deriva, iva
Com a certeza que temos voz ativa
E verdade nos olhos pra fazer Coligações Expressivas
Não é gastação de saliva, viva
Somos farol pros irmão a deriva, iva
Com a certeza que temos voz ativa
E verdade nos olhos pra fazer Coligações Expressivas