Black Alien
From Hell do Céu
[Verso 1]
Me parece, agora, que eles perderam o controle
Nessa corrida de ratos, sei muito bem quem tá na pole
Se agride ou agrada
O seu lugar no grid de largada não muda nada
Sobrevoe, num voo, o zoo onde você sobrevive
Observe a ordem natural das coisas em declive
Inclusive, eu 'tive lá e não te vi, lá
Frente a frente, lado a lado
Tête-à-tête, com os mestres das marionetes
Vê se assimila
Quem orquestra, quem adestra e quem tem a chave-mestra
Quem dilata sua pupila
Quem nos aniquila, from hell do céu
Quebrar barreiras, comunicação na torre de Babel
Interferência na frequência
Acordar primeiro pra realizar o sonho é a ciência

[Refrão]
Eu disparo e paro no infinito
Reabasteço, sigo em frente, é bonito
Viajo pelo espaço e, o que eu vejo, eu deixo escrito
E só Jah Jah pode me dar um veredito
Eu disparo e paro no infinito
Reabasteço, sigo em frente, é bonito
Viajo pelo espaço e, o que eu vejo, eu deixo escrito
E só Jah Jah pode me dar um veredito

[Verso 2]
Uns desistem, outros ficam
Alguns desistem e ficam
Só espaço físico ocupam e indicam
A tragicomédia
De quem não tem, da própria existência, as rédeas
Cérebros de férias
Vários vagabundos festejando o fim do mundo
Enquanto isso, o cidadão comum se sente ridículo
Não encontra paz no versículo
Batendo de porta em porta
Debaixo do braço, um currículo
Família inteira no cubículo
Depende do Ecad, depende do green card
Acorda cedo e dorme tarde
Completando o círculo
Vicioso, perigoso que nem garimpar na reserva dos Cinta-larga
Black Alien canta a vida amarga através do rap e do ragga
Contra todas as pragas
Sem medo de quem
Que nem um cão morde a mão que afaga
[Refrão]
Eu disparo e paro no infinito
Reabasteço, sigo em frente, é bonito
Viajo pelo espaço e, o que eu vejo, eu deixo escrito
E só Jah Jah pode me dar um veredito
Eu disparo e paro no infinito
Reabasteço, sigo em frente, é bonito
Viajo pelo espaço e, o que eu vejo, eu deixo escrito
E só Jah Jah pode me dar um veredito

[Saída]
Enquanto o mundo muda pela música
Preparo poesia de aço na minha siderúrgica
Um hábito noturno, inspirado em Saturno
E seus anéis em torno, não há retorno
Eu sempre estive aqui
No verbo, cru que nem sashimi
A verdade virá à tona pelo parto
Infarto do miocárdio
Revolução não será televisionada, nem virá pelo rádio
Metal inox, instrumental e mental na jukebox
Golpe baixo perde ponto, é que nem no boxe
Prepare a esquiva
Informação real pro povo à deriva
Na terra da terra improdutiva