Gabriel, o Pensador
Cavaleiro Andante
[Refrão]
Não me arrependo nem do que eu não fiz
(Ga... Gabriel, o Pensador)
Não vou na onda desses imbecis
(Eles amam odiar)
Não tô na boca nem tô no nariz
Quem fala muito não sabe o que diz
[Verso 1]
No meio do caminho pode ter uma pedra
Mas no meio dessa pedra pode ter um caminho
A pedra no caminho pode ser um diamante
Pode ser que ela me atrase, pode ser que eu me adiante
Toda pedra pode ser um diamante
Todo dia pode ser um grande dia
Toda noite pode ser aquela noite
Aquela noite não foi, mas também podia
Aprendi na poesia anestesiante
E na porrada sagrada de cada dia
Que a gente pode e deve ser confiante
Mas não pode dar mole nem quando a gente confia
[Refrão]
Não me arrependo nem do que eu não fiz
Não vou na onda desses imbecis
Não tô na boca nem tô no nariz
Quem fala muito não sabe o que diz
[Verso 2]
Esqueceram um zero na minha conta
Se der mole, vagabundo monta
O esquema é uma cama de gato
Mas não vão me derrubar
Não sou eu quem vai pagar o pato
Não sou queijo pra engordar o rato
Não fico de bobeira, cafungando nessa ratoeira
Quero ver quem vai dizer quem é ingrato
Tô na dividida mas não entro de primeira
Levei uma rasteira de quem sempre tabelou comigo
Antes só do que andar com esse tipo de amigo
Malandro é malandro, mané é mané
Mas quem faz pose de malandro é porque não é
[Refrão]
Não me arrependo nem do que eu não fiz
Não vou na onda desses imbecis
Não tô na boca nem tô no nariz
Quem fala muito não sabe o que diz
[Ponte]
Cavaleiro Andante! Sempre tô de pé
Pro que der e vier, vou do jeito que der
Cavaleiro Andante! Aprendi bastante
Que a cabeça não é só pra segurar o boné
Cavaleiro Andante! Sempre tô de pé
Pro que der e vier, vou do jeito que der
Sei que a pedra no caminho pode ser um diamante
Nem sempre o que parece é
[Verso 3]
Sei que a corda arrebenta no lado mais fraco
Sei que a vida é uma sinuca
Mas confio no meu taco
Confio no meu taco, se liga, pela-saco
Na mesa é na caçapa
Mas no campo é no buraco
Ouvi dizer que se ficar o bicho come
Se correr o bicho pega
Mas a regra vai mudar
Se eu ficar o bicho some
Se eu correr o bicho arrega
Se eu quiser pegar o bicho, ele se entrega
Se eu pedir o bicho dá
Se eu quiser que o bicho pegue
Aí o bicho vai pegar
A cobra vai fumar
O coro vai comer
O coro tá comendo então vai vendo, pode ver
Eu já cantei a pedra pra você
[Refrão]
Não me arrependo nem do que eu não fiz
Não vou na onda desses imbecis
Não tô na boca nem tô no nariz
Quem fala muito não sabe o que diz
[Verso 4]
Fui Pixote, sei andar na escuridão
Enfrentar moinho, derrubar dragão
Cavaleiro Andante!
Dom Quixote não tem medo de alucinação
Desde o saco do meu pai tô na batalha
Não nasci pra ser esparro de canalha!